O autor recorda ter recorrido a muito material, como jornais da época e cartas do Bispo, D.José Alves de Mariz. António Tiza afirma que foi o mergulho na complexidade do conflicto religioso e a quantidade de descobertas, que tornaram o trabalho mais longo e desafiante:
“O desafio maior foi, de facto, embranhar-me nestes factos históricos. E à medida que eu ia descobrindo coisas, outras surgiam. De tal forma que, quando pensei em escrever, tinha como meta um ano lectivo. No fim do ano lectivo o assunto está resolvido, mas não, o assunto continuou por mais três anos. Portanto, isto é, como uma bola de neve, por isso é que resultou assim um trabalho um pouco maior”, disse.
Ainda que esta seja uma história baseada em factos históricos, António Tiza admite ter dado asas à imaginação. Por todos os motivos que compõem este livro, espera que os leitores percebam que certas questões sociais, religiosas e até políticas ficaram por resolver. “Gostaria que os leitores tomassem consciência do problema que realmente aconteceu no princípio do século XX. Que tivessem consciência também de que houve muita coisa que a monarquia deixou arrastar por problemas de caráter social que não conseguiam resolver. e que provavelmente também a primeira república não conseguiu, e que estão reflectidos directa ou indirectamente neste livro. Portanto, é importante que as pessoas tomem consciência disso e que, de alguma maneira, esta obra contribua para a sua formação de caráter social e também religiosa, e já agora também da política”, rematou.
120 anos depois, o livro “A Revolta no Seminário de Bragança”, mergulha nos protestos dos seminaristas no início do século 20, contra a rigidez e excesso de disciplina dos prefeitos e da reitoria. A apresentação decorreu na passada sexta-feira, na biblioteca Municipal de Bragança.
Sem comentários:
Enviar um comentário