O presidente do Pólo de Desenvolvimento Turístico do Douro (Turismo do Douro) e autarcas da região estão preocupados com o «abandono» da Linha do Douro e afirmam que a retirada do pessoal da REFER das estações indicia mais um passo para o seu encerramento.
A REFER estará a estudar a introdução do RES (Regime de Exploração Simplificado) na linha do Douro, entre a Régua e o Pocinho, retirando assim o seu pessoal das estações do Pinhão e Tua.
Com este sistema, é um agente da empresa que viaja no próprio comboio, ou até o próprio revisor, que sai nas estações para pedir avanço a um posto regulador central, localizado na Régua.
Nestas estações, também já não há funcionários da CP - Comboios de Portugal, já que os bilhetes são vendidos pelos revisores dos comboios.
O presidente da Turismo do Douro, António Martinho, repudia veementemente mais esta medida, que considera ser também «mais um passo para acabar de vez» com aquele troço da linha do Douro.
«É um atentado ao interior e ao desenvolvimento turístico do Douro. Não posso aceitar uma situação dessas», afirmou.
António Martinho lembrou alguns pólos turísticos importantes que são ligados pela linha-férrea, nomeadamente os museus do Douro (Régua) e Côa (Vila Nova de Foz Côa).
«Mas, depois estamos a retirar condições para que os turistas possam fruir a paisagem. Isso é grave, tanto mais que é uma empresa pública a atentar contra o desenvolvimento do turismo e o desenvolvimento económico da região do Douro», salientou.
O responsável acrescentou que, esta medida da REFER, «indicia uma tentativa de abandono e de encerramento da linha entre Régua e o Pocinho».
«O que para mim significa o abandono de uma zona do país que tem contribuído muito para a riqueza nacional, designadamente através do turismo», acrescentou.
Também o presidente da Câmara de Alijó e da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro), Artur Cascarejo, lamentou aquilo que diz ser o abandono da linha do Douro, a qual considerou estratégia para o desenvolvimento deste território e para a mobilidade das populações.
Além do mais, acrescentou, é também uma retirada de empregos à região, já de si tão carenciada.
O RES permite poupar duas dezenas de funcionários que estão afectos às estações de Pinhão e Tua.
«De redução em redução caminha-se para a agonia, para o encerramento da linha», frisou o autarca.
António Martinho lamentou ainda que se tenha «deixado cair» o projecto, que os agentes da região defendiam, de retomar a linha do Douro até Barca d’Alva e depois Espanha.
Não foi possível obter esclarecimentos por parte da REFER.
in:cafeportugal.net
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