- Bragança, Mogadouro, Penas Róias
Do castelo subsiste apenas a torre de menagem, de planta em losango, os restos de um cubelo circular que integrava o castelejo e alguns troços da muralha deste, a E.. A torre possui faces de dimensões distintas, entre 7 e 8 m. de largura, possuindo muros muito grossos; a porta, rectangular, abre-se a O. a c. 3 m de alt. do solo, sobre a qual existe uma lápide epigrafada, cuja inscrição se continua na ombreira do lado esq.; em todas as fachadas existem frestas em dois registos e vestígios de janelas (parapeito e parte das ombreiras) no topo, arruinado, não possuindo remate nem cobertura; INTERIOR: vazio.
Descrição Complementar
INSCRIÇÕES: 1. (CEMP nº 142) Inscrição comemorativa da construção do castelo gravada no lintel e na pedra que remata a ombreira esquerda da porta da Torre de Menagem; superficie epigrafada muito erodida não permite leitura integral do texto; granito; Dimensões:a elevada altura a que se encontra impede obtenção; Tipo de Letra: Inicial capitular carolino-gótica de má qualidade gráfica com características similares as da inscrição do castelo de Longroiva; Leitura modernizada e reconstituída: INCIPIUNT FUNDAMENTO CASTELO DE PENA ROIAS [...] MENSE(?) ERA Mª CCª Xª[...](=ano de 1172) TEMPORE REGE [ALFONSO] [...].
Época Construção
Séc. XII
1172 (ou 1181) - Data apontada por Mário J. Barroca, como a mais provável, para o início da construção do castelo de Penas Róias, segundo iniciativa de D. Gualdim Pais, mestre da Ordem do Templo, segundo interpretação da inscrição gravada no lintel e ombreira da porta da Torre de Menagem (BARROCA, 2000, p. 378);
1187, Maio - Jun. - Penas Róias recebe foral;
1197, 23 Jan. e 5 Jul. - D. Sancho I, em agradecimento aos serviços prestados pela Ordem do Templo, doa-lhe a vila de Idanha-a-Velha e em troca recebe os castelos e as igrejas de Penas Róias e Mogadouro;
1258 - Nas Inquirições de D. Afonso III, faz-se alusão a Penas Róias e ao senhor terra-tenente de Bragança D. Fernando Mendes de Bragança que ocupou a tenência entre 1128 e 1145;
1272 - Concessão de foral por D. Afonso III a Penas Róias e Mogadouro;
1273 - Confirmação do foral de Penas Róias por D. Afonso III;
1319 - Depois da fundação da Ordem de Cristo, Penas Róias passa para aquela Ordem;
1457 - Comprada por Álvaro Pires de Távora;
c. 1510 - Segundo os desenhos de Duarte de Armas, o castelo era antecedido por um pequeno pano de muralha no sopé S. do penhasco em que se elevava, com passagem por um vão em arco pleno, sendo notório um rombo à dir. do mesmo; do lado NO., adossado ao castelejo, o "muro da vila" medieval (entretanto abandonada e reerguida extra-muros), de forma circular, irregular, baixo e semi - arruinado, onde se salientam 2 cubelos cilíndricos; a barbacã era constituída apenas por um pequeno pano de muralha curvo, a S., provido de porta em arco pleno, entre dois torreões do castelejo, este de planta aproximadamente trapezoidal, irregular, provida de 1 torre quadrangular, à dir. da barbacã, 2 cubelos circulares a E. e um corpo estreito, avançado e projectado para o exterior, em forma de Z, terminando em torreão quadrangular, à esq. da barbacã, e sob o qual se abria túnel abobadado de berço estabelecendo a passagem da barbacã para a antiga vila e desta para para o interior do castelejo, por meio de porta aberta a O., em arco pleno; do lado E., junto a um dos cubelos, rasgava-se outra porta de igual perfil; as muralhas, os cubelos e as torres estavam, à época, superiormente arruinados não sendo possível identificar o tipo de remate que possuíam; do lado N.aparecia sobre a muralha o registo superior da parede de 2 dos 4 "aposentamentos" erguidos na praça de armas, com 2 janelas, uma rectangular e outra em arco pleno, e cobertura em telhado; "fundada sobre penedos" elevava-se a torre de menagem, em losango, com porta a NO. e janelas em arco pleno no último registo, nas quatro faces, sob as quais emergem o que aparentam ser apoios de balcões (inexistentes); remate de merlões (faltando alguns); interiormente era "toda vã e sem sobrados"; extramuros localizava-se uma cisterna, seca, e, a SO., estendia-se a nova vila, de casario térreo com coberturas de colmo e de telha de meia-cana, sobressaíndo uma igreja e um pelourinho de gaiola; do lado oposto um vale onde corria uma ribeira e, do lado N., no sopé do penhasco, existia um pomar cercado por muro baixo;
1512 - D. Manuel dá foral novo a Penas Róias;
1758 - As "Memórias Paroquiais" referem que o castelo, a N. da vila, se encontrava arruinado, com muros "de pedra de seixo bruto", estando a torre, "de quatro esquinas", ainda "bem segura e fabricada do mesmo seixo bruto" com paredes altas e porta "levantada mais de trinta palmos" com um letreiro ilegível;
1759 - Na sequência do processo dos Távoras, a povoação passa para a Coroa;
1836 - Extinção do Concelho e consequente declínio da povoação levando a população a reaproveitar os materias de construção do castelo;
Séc. XX, início - Ainda eram visíveis alguns dos cubelos que integravam o castelo e a antiga cerca da vila, bem como de uma porta que ligava o castelo à povoação.
TipologiaArquitectura militar, medieval.
Castelo roqueiro, de que resta a torre de menagem com planta em losango com lados de dimensões distintas, aproveitando o afloramento granítico que lhe serve de embasamento, com porta elevada e rasgada por seteiras; vestígios de um dos cubelos cilíndricos que integravam o castelejo.
Características Particulares
Este castelo assegurava a primeira linha de defesa do nordeste transmontano, juntamente com os castelos de Algoso, Miranda do Douro, Outeiro, Vimioso e Mogadouro com os quais formava um forte conjunto defensivo.
O material em que é construído assemelha-se ao do castelo de Algoso.
Materiais
Xisto quartzítico argamassado com barro.
Observações
O topónimo deriva de penha (penedo ou rochedo), sendo possível que Róia tenha derivado de "roja" ou seja vermelha.
(fonte:IHRU)
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