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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Castelo de Penas Róias

- Bragança, Mogadouro, Penas Róias
Do castelo subsiste apenas a torre de menagem, de planta em losango, os restos de um cubelo circular que integrava o castelejo e alguns troços da muralha deste, a E.. A torre possui faces de dimensões distintas, entre 7 e 8 m. de largura, possuindo muros muito grossos; a porta, rectangular, abre-se a O. a c. 3 m de alt. do solo, sobre a qual existe uma lápide epigrafada, cuja inscrição se continua na ombreira do lado esq.; em todas as fachadas existem frestas em dois registos e vestígios de janelas (parapeito e parte das ombreiras) no topo, arruinado, não possuindo remate nem cobertura; INTERIOR: vazio.
Descrição Complementar
INSCRIÇÕES: 1. (CEMP nº 142) Inscrição comemorativa da construção do castelo gravada no lintel e na pedra que remata a ombreira esquerda da porta da Torre de Menagem; superficie epigrafada muito erodida não permite leitura integral do texto; granito; Dimensões:a elevada altura a que se encontra impede obtenção; Tipo de Letra: Inicial capitular carolino-gótica de má qualidade gráfica com características similares as da inscrição do castelo de Longroiva; Leitura modernizada e reconstituída: INCIPIUNT FUNDAMENTO CASTELO DE PENA ROIAS [...] MENSE(?) ERA Mª CCª Xª[...](=ano de 1172) TEMPORE REGE [ALFONSO] [...].
Época Construção
Séc. XII
1172 (ou 1181) - Data apontada por Mário J. Barroca, como a mais provável, para o início da construção do castelo de Penas Róias, segundo iniciativa de D. Gualdim Pais, mestre da Ordem do Templo, segundo interpretação da inscrição gravada no lintel e ombreira da porta da Torre de Menagem (BARROCA, 2000, p. 378);
1187, Maio - Jun. - Penas Róias recebe foral;
1197, 23 Jan. e 5 Jul. - D. Sancho I, em agradecimento aos serviços prestados pela Ordem do Templo, doa-lhe a vila de Idanha-a-Velha e em troca recebe os castelos e as igrejas de Penas Róias e Mogadouro;
1258 - Nas Inquirições de D. Afonso III, faz-se alusão a Penas Róias e ao senhor terra-tenente de Bragança D. Fernando Mendes de Bragança que ocupou a tenência entre 1128 e 1145;
1272 - Concessão de foral por D. Afonso III a Penas Róias e Mogadouro;
1273 - Confirmação do foral de Penas Róias por D. Afonso III;
1319 - Depois da fundação da Ordem de Cristo, Penas Róias passa para aquela Ordem;
1457 - Comprada por Álvaro Pires de Távora;
c. 1510 - Segundo os desenhos de Duarte de Armas, o castelo era antecedido por um pequeno pano de muralha no sopé S. do penhasco em que se elevava, com passagem por um vão em arco pleno, sendo notório um rombo à dir. do mesmo; do lado NO., adossado ao castelejo, o "muro da vila" medieval (entretanto abandonada e reerguida extra-muros), de forma circular, irregular, baixo e semi - arruinado, onde se salientam 2 cubelos cilíndricos; a barbacã era constituída apenas por um pequeno pano de muralha curvo, a S., provido de porta em arco pleno, entre dois torreões do castelejo, este de planta aproximadamente trapezoidal, irregular, provida de 1 torre quadrangular, à dir. da barbacã, 2 cubelos circulares a E. e um corpo estreito, avançado e projectado para o exterior, em forma de Z, terminando em torreão quadrangular, à esq. da barbacã, e sob o qual se abria túnel abobadado de berço estabelecendo a passagem da barbacã para a antiga vila e desta para para o interior do castelejo, por meio de porta aberta a O., em arco pleno; do lado E., junto a um dos cubelos, rasgava-se outra porta de igual perfil; as muralhas, os cubelos e as torres estavam, à época, superiormente arruinados não sendo possível identificar o tipo de remate que possuíam; do lado N.aparecia sobre a muralha o registo superior da parede de 2 dos 4 "aposentamentos" erguidos na praça de armas, com 2 janelas, uma rectangular e outra em arco pleno, e cobertura em telhado; "fundada sobre penedos" elevava-se a torre de menagem, em losango, com porta a NO. e janelas em arco pleno no último registo, nas quatro faces, sob as quais emergem o que aparentam ser apoios de balcões (inexistentes); remate de merlões (faltando alguns); interiormente era "toda vã e sem sobrados"; extramuros localizava-se uma cisterna, seca, e, a SO., estendia-se a nova vila, de casario térreo com coberturas de colmo e de telha de meia-cana, sobressaíndo uma igreja e um pelourinho de gaiola; do lado oposto um vale onde corria uma ribeira e, do lado N., no sopé do penhasco, existia um pomar cercado por muro baixo;
1512 - D. Manuel dá foral novo a Penas Róias;
1758 - As "Memórias Paroquiais" referem que o castelo, a N. da vila, se encontrava arruinado, com muros "de pedra de seixo bruto", estando a torre, "de quatro esquinas", ainda "bem segura e fabricada do mesmo seixo bruto" com paredes altas e porta "levantada mais de trinta palmos" com um letreiro ilegível;
1759 - Na sequência do processo dos Távoras, a povoação passa para a Coroa;
1836 - Extinção do Concelho e consequente declínio da povoação levando a população a reaproveitar os materias de construção do castelo;
Séc. XX, início - Ainda eram visíveis alguns dos cubelos que integravam o castelo e a antiga cerca da vila, bem como de uma porta que ligava o castelo à povoação.
TipologiaArquitectura militar, medieval.
Castelo roqueiro, de que resta a torre de menagem com planta em losango com lados de dimensões distintas, aproveitando o afloramento granítico que lhe serve de embasamento, com porta elevada e rasgada por seteiras; vestígios de um dos cubelos cilíndricos que integravam o castelejo.
Características Particulares
Este castelo assegurava a primeira linha de defesa do nordeste transmontano, juntamente com os castelos de Algoso, Miranda do Douro, Outeiro, Vimioso e Mogadouro com os quais formava um forte conjunto defensivo.
O material em que é construído assemelha-se ao do castelo de Algoso.
Materiais
Xisto quartzítico argamassado com barro.
Observações
O topónimo deriva de penha (penedo ou rochedo), sendo possível que Róia tenha derivado de "roja" ou seja vermelha.

(fonte:IHRU)

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