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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Lenda da Pia dos Mouros

Local: Ala, MACEDO DE CAVALEIROS, BRAGANÇA
Informante: Ângelo José Morais (M), 47 anos

Próximo da aldeia de Ala, no concelho de Macedo de Cavaleiros, há um campo chamado Parafita, onde está aquilo que o povo diz ser a Pia dos Mouros, e onde a tradição também diz haver uma moura encantada. A pia é, afinal, um enorme buraco numa rocha, que tem gravadas duas patas de um cavalo. E quando chove armazena-se ali muita água. 
    Segundo a tradição, a moura mandava os criados com os cavalos a beber nesse buraco, por isso lhe foi dado o nome de Pia dos Mouros. Ainda hoje há quem recorde uma cantiga que diz: 
    
“— Há em Parafita
uma grande pia, 
que os mouros fizeram
p’ra beber a cria”

    Também se diz que há lá um tear de ouro e que já lá foram escavar a ver se o encontravam. Só que a determinada altura as ferramentas não conseguem penetrar, e por isso se diz que é impossível encontrá-lo. 
    Conta-se que essa moura se apaixonou por um jovem cristão. Mas teve sempre de encontrar-se com ele às escondidas do seu pai, que a tinha destinada a casar com um da sua raça. Entretanto, o tempo passou e, quando os mouros iam ser expulsos destas terras, ela encontrou-se com o jovem cristão, dizendo-lhe: 
    — Eu não posso cá ficar, tu não podes ir comigo, mas também não posso ficar sem ti. Sabes como resolver isto? 
    — Não sei — responde o jovem. 
    — Mas sei eu — torna-lhe a moura. — Ora ajuda-me a encher esta pia. 
    Encheram-na. E no fim disse a moura: 
    — Esta pia será a nossa cama de núpcias. 
    Abraçaram-se então, deram um grande beijo e lançaram-se à água, onde morreram afogados. Diz o povo que, mais tarde, se encontraram naquele local os cristãos com os mouros. Os cristãos à procura dele e os mouros à procura dela. E o que viram eles? No fundo da pia os dois jovens estavam ainda de mãos dadas e com os lábios colados um no outro. Ao verem tal, cristãos e mouros resolveram não se guerrear mais.

Fonte:PARAFITA, Alexandre A Mitologia dos Mouros: Lendas, Mitos, Serpentes, Tesouros

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