Os problemas do concurso de mobilidade interna dos professores estão a marcar o arranque deste ano lectivo. Alexandra Vaz, de Bragança, é uma professora de biologia e geologia e dá aulas há 18 anos. Contava ficar colocada no distrito, depois de nos últimos dois anos ter estado na terra natal, mas foi colocada em Almodôvar, no Alentejo, a mais de 650 quilómetros de casa.
Alexandra queixa-se de que professores menos graduados ficaram no Quadro de Zona Pedagógica de Bragança devido a um erro no concurso.
“Este ano fiquei colocada em Almodôvar, a cerca de 660 quilómetros de Bragança, isto porque neste concurso de mobilidade interna houve uma alteração, o não lançamento de todos os horários disponíveis para professores do Quadro de Zona Pedagógica (QZP). O que aconteceu foi que só foram lançados alguns horários, os completos, e tive que concorrer a esses horários e não consegui ficar em nenhum desses horários, o problema é que professores estavam atrás de mim na lista e ficaram colocados no QZP de Bragança. Se o concurso tivesse corrido de forma correcta eu teria ficado em Mirandela”, explicou.
Alexandra Vaz não esperava que com tanto tempo de serviço tivesse de voltar a deslocar-se para tão longe de casa e admite não ir dar aulas para o Alentejo
“Para mim é impossível, a minha situação pessoal actual não me permite deixar de estar em Bragança que é o local onde eu moro com o meu filho e com os meus pais, ainda estou a tentar a resolver a minha situação, poderá passar por um período de destacamento”, afirmou. A professora admite “no futuro ter de desistir da colocação no quadro e voltar a ser contratada para poder dar aulas em Bragança”.
Helena Goulão com 24 anos de serviço como professora de história também não ficou colocada na primeira preferência apesar de não ter de sair da cidade de Bragança. Já o marido que é professor há 20 anos vai dar aulas em Carrazeda.
Helena Goulão faz parte de um grupo de professores que exige que se haja a recolocação de professores por graduação, substituindo o concurso de 25 de Agosto.
“Estamos a pugnar para que sejam cumpridos os normativos, não podem alterar regras de concurso sem ninguém saber e apanhar toda a gente desprevenida e colocar situações de injustiça como que eu fiquei na segunda preferência e prejudiquei a escola porque tiveram de remodelar o horário e tirar duas horas ou o meu marido que ficou em Carrazeda de Ansiães na sua 16.ª preferência. Se as coisas tivessem decorrido dentro das graduações teria ficado na escola Miguel Torga”, em Bragança.
Depois de terem apresentado já duas providências cautelares para anular o concurso, o grupo de professores criado para contestar o concurso espera que haja uma recolocação por graduação.
Escrito por Brigantia
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