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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Toma Silveira o governo das armas da província de Trás-os-Montes

Entretanto, por carta régia de 15 de Fevereiro de 1809, o brigadeiro Francisco da Silveira Pinto da Fonseca é nomeado governador das armas da província de Trás-os-Montes em substituição de Sepúlveda, chamado para conselheiro de guerra, e o marechal Soult, às ordens de Napoleão, invade Portugal pela segunda vez.
Entra pela Galiza, mas não podendo vadear o Minho, em consequência de uma cheia, retrocede para Tui demandando a ponte de Orense, sobre o dito rio, marcha na direcção de Monte Rei e no dia 6 de Março de 1809 aparece sobre Chaves.
As tropas transmontanas, comandadas pelo novo governador e coadjuvadas pelo tenente-general Bernardim Freire de Andrade, governador das armas do partido do Porto, ainda oferecem alguma resistência em bem pelejada escaramuça na Veiga de Chaves, sobre a ponte de Vilaça; mas tiveram de ceder à superioridade do número, retirando às 8 horas da noite sobre Chaves, depois de haverem causado ao inimigo uma perda avaliada em oitenta homens.
E porque Chaves não estava em condições defensáveis, Silveira abandonou-a com parte das suas tropas, retirando sobre as montanhas próximas, onde se postou em observação do inimigo; mas Francisco Homem de Magalhães Pizarro, coronel de infantaria 12, da guarnição dessa vila, e José Maria, capitão de engenheiros, adido ao Estado-Maior, amotinando o povo e despertando nele um imprudente patriotismo, recusaram obedecer ao governador das armas e tentaram defendê-la.
Tal defesa foi um verdadeiro desastre, pois sendo no dia 10 de Março de 1809 sitiada pelos inimigos, logo no dia 12 se rendeu sem resistência, ficando prisioneiros de guerra todos os que estavam dentro da vila: quinhentos homens de tropa de linha, dois mil milicianos e mil e duzentas ordenanças.
Quando Soult marchava sobre Chaves, Silveira fez convergir para esta praça toda a tropa da província, no intuito de a socorrer, ficando apenas em Bragança um destacamento a fazer a guarnição, sob as ordens do coronel-governador Manuel Leite. É então que o vigário geral, governador do bispado, Paulo Miguel Rodrigues de Morais, convocando por meio de uma circular todo o clero capaz de pegar em armas, organiza um corpo de seiscentos a setecentos homens da classe eclesiástica, armado e fardado à custa de cada um, para guarnecer a fronteira e resistir a qualquer surpresa que porventura o inimigo tentasse.
Soult marchou em seguida sobre o Porto, por Braga, e Silveira veio sobre Chaves, que retomou por assalto, causando ao inimigo graves perdas e ficando a guarnição, que não morreu, prisioneira de guerra.
As principais forças de Silveira eram compostas de 12 de cavalaria e 24 de infantaria de Bragança e das milícias de Miranda do Douro, Moncorvo e Bragança, além das de Lamego, Chaves e Vila Real. Pizarro foi depois preso e julgado em conselho de guerra, mas absolvido.
Silveira ainda tentou cair sobre os franceses em escaramuças nos passos perigosos, mas sabendo que o Porto se entregara e recebendo ordem de Beresford para vigiar a estrada que do Porto se dirige a Lamego por Amarante, marchou para esta vila.
Silveira fica então como que isolado na província de Trás-os-Montes. É inegável que este general, à frente dos nossos bravos conterrâneos, obrou proezas dignas de renome. Aos que lêem as ordens do dia de Beresford torna-se bem palpável quanto o nobre orgulho, coragem e patriotismo de Silveira causavam engulho ao feroz assassino de Gomes Freire de Andrade.
Quem quiser saber o que por esta ocasião obrou Silveira maxime sobre a defesa da ponte de Amarante, feito glorioso onde o 12 e o 24 e as milícias de Miranda e Moncorvo muito se distinguiram, leia o Diario official das operações militares do general Francisco da Silveira, desde a invasão dos francezes até á sua total expulsão d’estes reinos. Acha-se no vol. VI, da III parte dos Excerptos Historicos do capitão Claudio de Chaby, pág. 85, documento nº 44.




Memórias Arqueológico-Históricas
do Distrito de Bragança

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