Entre 1926 e 1974, o número de jornais publicados em Bragança diminuiu substancialmente, realidade, a que logicamente não foi estranho o caráter ditatorial do regime, com a abolição da liberdade de imprensa. Durante este período, praticamente só três periódicos viram a luz do dia com regularidade e durante um período relativamente extenso: o Boletim da Diocese de Bragança, o Guia do Catequista (boletim religioso), o Mensageiro de Bragança e o Boletim de Os Amigos de Bragança. Existiram ainda outros três jornais, dos quais apenas um, Terras de Bragança, “Órgão das Comissões da União Nacional do Distrito de Bragança”, constituindo a segunda série da publicação do jornal com o mesmo nome publicado em 1921, conseguiu manter-se vários anos (1934 1940).
Os outros dois, P’ra Cá do Marão e A Voz Académica, tiveram apenas alguns meses de vida.
Das outras publicações periódicas, refira-se apenas a Presença, boletim da Escola Industrial e Comercial de Bragança, dirigido inicialmente por Hirondino da Paixão Fernandes, publicado irregularmente até 1974, e que acabou por se afirmar como um valioso instrumento académico e de cultura na Cidade.
A Diocese de Bragança-Miranda continuou a garantir uma publicação periódica da sua responsabilidade, o Boletim da Diocese de Bragança, que se manteve até finais da Segunda Guerra Mundial (a doze de janeiro de 1937 anunciou o seu desaparecimento devido à aparição do boletim interdiocesano Lumen); e o Guia do Catequista, uma revista “que fomentou e acompanhou o movimento catequístico”, graças ao empenho do bispo da Diocese, Abílio Vaz das Neves, como refere Belarmino Augusto Afonso.
Sobrepôs-se, como se vê, embora irregularmente, durante cinco anos, a outra publicação da Diocese, mas acabou por dar o lugar ao Mensageiro de Bragança, que foi até ao presente o jornal com mais tempo de vida em todo o Distrito de Bragança, continuando ainda hoje a ser publicado, num total de 73 anos ininterruptos.
Depois deste, os jornais com mais anos de vida foram A Voz do Nordeste, que se publicou entre 1985 e 2010, num total de 25 anos; O Nordeste, durante a Monarquia, editado entre 1888 e 1910, num total de 22 anos; e A Gazeta de Bragança, que se manteve durante 18 anos.
Analisemos, pois, o Mensageiro de Bragança nos anos que dizem respeito ao Estado Novo e Os Amigos de Bragança, não só pelo impacto que tiveram, mas também porque foram os únicos com a duração mínima necessária para serem considerados parte integrante do património cultural do Concelho de Bragança.
...continua
Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa
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(Henrique Martins)
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