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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 21 de março de 2019

… quase poema... ou do dia da poesia

Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Estou aqui à tua espera poesia… nesta folha em branco que esmorece na ausência do poema.
Ontem a Primavera chegou, mas não encontro palavras de novidade. As andorinhas bem teimam na ponta da asa… em riscar a tarde branca… mas o branco é o desejo da amendoeira que talvez pudesse ser a poesia…
Não adianta… o poema abandonou-me no dia de todos os poemas.
Escrevo só para que a palavra não morra antes da poesia… e junto o amarelo dos arbustos que ostensivamente agarram a primavera… enquanto espero os goivos que cheiram a flores… ou talvez a arroz doce e a canela. 
… e o meu poema é esta ausência da poesia que se atreve a procurar, no segredo do botão de rosa, a rosa que se desfolhou… na melancolia do soneto escarlate… onde a boca é sempre o beijo… e há borboletas …
Talvez as cerejas… talvez pudessem ser o poema… das tardes longas… do vermelho…
… mas não… as cerejas são somente água doce… à mistura com a soalheira do Verão!
… assim como a seara é somente o vento… ou talvez pão!
… não vale a pena tentar… o poema ficou junto ao poço da nossa horta… onde havia morangos e as rãs esperavam a noite para cantar!
… o poema morreu-me!
… Pai-nosso que estais no céu!


Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança. 
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.

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