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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Bragança: pousada modernista com identidade transmontana

A pousada dirigida pelos irmãos «Geada» é um ícone da arquitetura da cidade. E aqui funciona o G, primeiro Estrela Michelin de Trás-os-Montes.
Quarto da Pousada de Bragança

Desenhada no final dos anos 1950 por José Carlos Loureiro, a Pousada de Bragança foi um «grito de liberdade» deste arquiteto da escola do Porto. Quem o diz é António Gonçalves, mais conhecido por Tó «Geadas», que faz dupla na pousada e respetivo restaurante com o seu irmão Óscar, que recentemente conseguiu pôr Bragança no mapa das estrelas Michelin.

A cidade transmontana estava, na época do Estado Novo, «a 10 horas do poder central e o arquiteto pode dar asas à criatividade. Toda a Pousada foi concebida sob uma ótica muito diferente do que era a estética da época», explica António, apontando para as enormes janelas que percorrem toda a extensão da sala e do restaurante. «Tudo é panorama» que enquadra o Castelo de Bragança e a cidadela que o envolve.

Foi há cinco anos que os irmãos ficaram responsáveis pela Pousada, que lhes foi concessionada pelo Grupo Pestana. Foi o momento ideal para desenvolverem um projeto próprio que já andavam pelas suas cabeças. Mas a ligação da família Gonçalves àquele edifício é bem anterior. Foi ali que o pai deles, Adérito Gonçalves, começou a trabalhar com apenas 11 anos e também onde viveu durante parte da sua vida. Depois de lá sair, com toda a experiência que ganhou na área, abriu o restaurante Geadas, em Vinhais, que veio dar origem ao Geadas de Bragança.

Desde que foi parar às mãos dos irmãos, a Pousada já mudou muito. A última intervenção mais a fundo tinha sido efetuada em meados dos anos 1990, pelo arquiteto original. «Nessa altura, ele imprimiu ao edifício a estética daquela década. Agora, decidi voltar atrás, e com um arquiteto local voltei-me novamente para os anos 1950 e 60. «O nosso maior medo era descaraterizar a unidade», admite António. Por isso, o regresso ao modernismo era o regresso à personalidade original do edifício. A palete de cores utilizada (os azuis, os verdes, os cinzentos) vem do painel de azulejos de Júlio Resende e da tapeçaria da Graça Morais, que se encontram nas paredes da confortável sala com lareira e do restaurante. «A partir destes elementos começou a deambular-se pelos 28 quartos – todos eles com vista para o castelo – e pelo próprio restaurante, imprimindo uma estética modernista», conta. Desde aí que o espaço tem vindo a crescer em visibilidade e prestígio.

Cinco anos depois de tomarem conta do espaço estão, dizem os próprios, «a colher os frutos» do seu trabalho. O restaurante foi distinguido o ano passado com uma estrela Michelin, a primeira para Trás-os-Montes. O que enche de orgulho os irmãos, que moldaram o espaço espelhando a sua forma de estar e a sua identidade.






Evasões
(Fotografias de Rui Manuel Ferreira/Global Imagens)

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