Já referimos como, em dezembro de 1829, a Câmara deliberou que vários dos produtos que se vendiam na Praça do Colégio, durante a feira mensal do dia 21, passassem a ser transacionados nas Eiras do Colégio ou do Arcebispo. Nessa decisão parece ter pesado muito o facto de “ter saído de Bragança o regimento de Cavalaria e estar o Barracão das Eiras do Colégio convertido em Assento, e achando-se assim o Campo das Eiras desocupado”.
Devemos dizer que as Eiras tinham como limite, num dos seus lados, a Rua dos Quartéis, um topónimo que derivava da antiga presença de um quartel de Cavalaria. A nova vocação comercial obrigaria à construção de “uns cabanais”, que nos dias de feira seriam arrendados. Significando utilidade e receita para a Comissão Municipal que governava a autarquia, presidida pelo visconde de Ervedosa, esta obra, consideravam, aumentaria a perfeição da mesma Praça.
Como se vê, era crescente a importância do Rossio das Eiras do Arcebispo. Era aqui que existia uma edificação que passaria a ser alvo de grandes atenções porque, na sua transformação, vislumbravam alguns novas e acrescentadas funcionalidades que estavam ausentes dos cabanais que serviam de estabelecimento a alguns feirantes.
No penúltimo dia de agosto de 1843, a Câmara empenhava-se no incentivo da “obra que tem de se fazer no Barracão das Eiras para nele se estabelecer uma hospedaria militar”, e para avançar nos seus propósitos encarregava uma comissão para estudar o empreendimento, incluindo o problema dos custos. A comissão olhava para a possibilidade de uma subscrição, enquanto alargava o âmbito do cometimento, porque, “em consequência do Barracão ter a necessária capacidade para nele se estabelecer a hospedaria militar para tempos ordinários, se podia no resto do edifício construir-se um teatro por ser muito da vontade das autoridades e habitantes desta Cidade, e fazer, além disso, no poente da mesma rua, arcada para nele se vender o pão que concorrer ao mercado, pagando certa quantia de contribuição”.
Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa
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(Henrique Martins)
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