sexta-feira, 31 de maio de 2019

REIS


É costume nesta aldeia começar a cantar os reis mal principia o ano, incluídos nas Boas festas. Reúnem-se aos grupos, mais velhos ou mais jovens, e procuram as casas, que melhor vêem, que os podem convidar.


Boas festas como estas,
Cantam-se aos Reis e aos fidalgos.
Também nós os cantaremos,
A estes senhores honrados.

Quem diremos nós que viva,
Na toninha da cebola?
Viva lá o Sr. Manuel,
E mais a sua Senhora.

Quem diremos nós que viva,
Na folhinha do lódão?
Viva lá o Sr. Carlos
Que é um belo cidadão.

Quem diremos nós que viva,
Na folha da salsa crua?
Viva lá menina Aurora
Que alumia toda a rua.

Oh! Que lindo pinheirinho!
Onde ele veio nascer!
Vivam os donos desta casa
Que nos hão-de dar de beber.

Levantem-se lá, senhores,
Desses seus talhos dourados.
Venham-nos a dar os Reis
Que já os temos bem ganhados.

Vêm depois a dar frutas como maçãs, nozes, figos secos, às vezes chouriças, etc. que o grupo guarda para no fim comerem juntos em qualquer das casas deles, mais próprias. 
Agora já é costume dar dinheiro e dar de beber quando querem.

RECOLHA (1985) de Branca do Sacramento Rodrigues, Sambade – Alfândega da Fé.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

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