Em latim Agnus Dei, em português Cordeiro de Deus, é o nome da peça levada a cabo pela companhia vila-realense Urze Teatro que conta a história dramática de uma relação marcada pelo conflito interior entre a fé e a paixão ardente, que acaba com um fim trágico.
Uma história influenciada pelos dramas de “Pedro e Inês”, “Cartas de Mariana Alcoforado” e até por “Romeu e Julieta”, sobre a qual o encenador e diretor da companhia Fábio Timor, conta mais:
“É a história de um padre e de uma freira que têm uma ligação muito forte de amor um pelo outro e, por outras questões, acabam por viver uma história trágica mas ao mesmo tempo intensa e profunda para ambos. Com este enredo vamos espreitando e tentando perceber que há opções que às vezes temos de tomar em prol de outras coisas que não são aquilo que mais desejamos.
Neste caso concreto é a questão da religião e de ambos acreditarem em Deus, e a dado momento, por convicções, há um conflito sobre o qual eles têm de se decidir, e um deles acaba por optar por continuar a acreditar em Deus e prosseguir a vida em Sua dedicação.”
Um elenco composto por três personagens que contracenam maioritariamente dentro de uma piscina com água que ocupa o cenário quase na totalidade. Um elemento natural que está presente na peça com um propósito:
“O elemento água surge aqui como a fonte da própria vida e faz uma ligação direta com o amor, sendo ela um elemento físico com o qual lidamos diariamente do qual necessitamos, assim como do amor.
Este elemento cénico em palco ajudou também a criar uma certa ondulação e delicadeza nos movimentos, controlo e sedução. Como não é habitual vermos um elemento natural em palco, a força da água foi também pensada como uma forma de seduzir o público.”
Esta peça encerrou o Festival de Teatro Boa Vizinhança que começou em março, mês do teatro, e até esta segunda-feira, Dia Europeu dos Vizinhos, juntou quatro companhias de teatro transmontanas.
Uma iniciativa que chega ao fim com balanço positivo e com perspectivas de regressar, deixa saber Elsa Escobar, vereadora da cultura da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros:
“Eu acho que é positivo e dá para ver que as pessoas em Macedo gostam de teatro.
Trouxemos peças diferentes, umas mais cómicas e outras mais sérias, porque é importante que haja diversidade e que mostremos outros talentos que não aqueles que são conhecidos do grande público.
Espero que seja uma iniciativa a repetir no futuro e quem sabe possamos alargar até a vizinhos mais longínquos.”
A Associação Juvenil dos Artistas Macedenses com “ O Estranho Caso”, Filandorra com “À manhã de José Luís Peixoto”, Teatro Experimental do Nordeste com “Pas de Deux” e agora a companhia Urze Teatro com “Agnus Dei” foram as quatro peças que estiveram em cena no auditório do Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros ao longo deste primeiro Festival de Teatro Boa Vizinhança.
Escrito por ONDA LIVRE
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