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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

UMA ADIVINHA

Uma filha de D. Afonso Henriques mandou publicar uma ordem.
Casaria com um rapaz que lhe fizesse uma adivinha, que ela não adivinhasse.
Muitos foram e ficaram sem nada. Por acaso, ali numa aldeia, havia uma mulher que tinha um filho, que não era bem acabado. No entanto, o dito rapaz soube-o e foi dizer à mãe que queria ir fazer a adivinha à filha do rei. Por isso, que lhe fizesse a merenda.
A mãe, coitada, tentou desviá-lo de tal lembrança, porque via que ele era tolo. Mas não houve meio. E foi.
A mãe fez-lhe a merenda, mas deitou-lhe veneno, para que não fosse a ser mal tratado e morresse no caminho.
Anoiteceu, e o rapaz deitou-se, no caminho.
Ora a burrinha em que foi a cavalo comeu-lhe a merenda e morreu. Foram três cães e morreram também. Foram mais sete corvos, e morreram.
Ele que faz?
Abre a burra, tira-lhe uma burriquinha que levava dentro. Tira-lhe uma correia do lombo, e lá foi à presença da rainha, a fazer-lhe a adivinha.
Diz--lhe:
- Olhe, menina Maria, (que era a mãe) matou panda. Panda matou três. Três mataram sete. Ando a cavalo, em quem nunca nasceu. Trago a mãe na mão.
Ora a rainha não adivinhou, mas como via que era tolinho, mandou-o para a casa dos bichos. Mas, no caminho encontrou uma velhinha que lhe perguntou:
- Onde vais, ó rapaz? Disse-lhe tudo, o que se tinha passado, e a velhinha, deu-lhe uma varinha mágica. Recomendou-lhe que pedisse à varinha tudo o que ele precisasse.
O rapaz, logo que chegou à casa dos bichos, pediu à varinha, e pôs tudo a dormir.
No fim de três dias, a rainha já tinha casado com outro. Ele fez acordar o escaravelho.
Ordena-lhe que vá à noite à cama dos noivos, e lhe deitasse os intestinos fora.
Ora a rainha, desde que se viu naquele estado, desfez o noivado. Mandou-o para a casa  dos bichos e casou com o que supunha tolo.

RECOLHA (1985) de Sinfrósia do Patrocínio Rodrigues Marcos – Alfândega da Fé.

FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA

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