Uma filha de D. Afonso Henriques mandou publicar uma ordem.
Casaria com um rapaz que lhe fizesse uma adivinha, que ela não adivinhasse.
Muitos foram e ficaram sem nada. Por acaso, ali numa aldeia, havia uma mulher que tinha um filho, que não era bem acabado. No entanto, o dito rapaz soube-o e foi dizer à mãe que queria ir fazer a adivinha à filha do rei. Por isso, que lhe fizesse a merenda.
A mãe, coitada, tentou desviá-lo de tal lembrança, porque via que ele era tolo. Mas não houve meio. E foi.
A mãe fez-lhe a merenda, mas deitou-lhe veneno, para que não fosse a ser mal tratado e morresse no caminho.
Anoiteceu, e o rapaz deitou-se, no caminho.
Ora a burrinha em que foi a cavalo comeu-lhe a merenda e morreu. Foram três cães e morreram também. Foram mais sete corvos, e morreram.
Ele que faz?
Abre a burra, tira-lhe uma burriquinha que levava dentro. Tira-lhe uma correia do lombo, e lá foi à presença da rainha, a fazer-lhe a adivinha.
Diz--lhe:
- Olhe, menina Maria, (que era a mãe) matou panda. Panda matou três. Três mataram sete. Ando a cavalo, em quem nunca nasceu. Trago a mãe na mão.
Ora a rainha não adivinhou, mas como via que era tolinho, mandou-o para a casa dos bichos. Mas, no caminho encontrou uma velhinha que lhe perguntou:
- Onde vais, ó rapaz? Disse-lhe tudo, o que se tinha passado, e a velhinha, deu-lhe uma varinha mágica. Recomendou-lhe que pedisse à varinha tudo o que ele precisasse.
O rapaz, logo que chegou à casa dos bichos, pediu à varinha, e pôs tudo a dormir.
No fim de três dias, a rainha já tinha casado com outro. Ele fez acordar o escaravelho.
Ordena-lhe que vá à noite à cama dos noivos, e lhe deitasse os intestinos fora.
Ora a rainha, desde que se viu naquele estado, desfez o noivado. Mandou-o para a casa dos bichos e casou com o que supunha tolo.
RECOLHA (1985) de Sinfrósia do Patrocínio Rodrigues Marcos – Alfândega da Fé.
FICHA TÉCNICA:
Título: CANCIONEIRO TRANSMONTANO 2005
Autor do projecto: CHRYS CHRYSTELLO
Fotografia e design: LUÍS CANOTILHO
Pintura: HELENA CANOTILHO (capa e início dos capítulos)
Edição: SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BRAGANÇA
Recolha de textos 2005: EDUARDO ALVES E SANDRA ROCHA
Recolha de textos 1985: BELARMINO AUGUSTO AFONSO
Na edição de 1985: ilustrações de José Amaro
Edição de 1985: DELEGAÇÃO DA JUNTA CENTRAL DAS CASAS DO POVO DE
BRAGANÇA, ELEUTÉRIO ALVES e NARCISO GOMES
Transcrição musical 1985: ALBERTO ANÍBAL FERREIRA
Iimpressão e acabamento: ROCHA ARTES GRÁFICAS, V. N. GAIA
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(Henrique Martins)
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segunda-feira, 13 de maio de 2019
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