Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
Barata Feyo – Homenagem à Atividade Rural (2005)
O monumento conhecido pela designação Homenagem à Atividade Rural, situado entre a Avenida Cidade de Zamora e a Avenida do Sabor, é um dos grupos escultóricos mais sugestivos colocados numa das entradas de Bragança, lembrando uma atividade da região que, noutros tempos, foi de grande importância para o desenvolvimento da Cidade, sendo da autoria do escultor Barata Feyo.
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Rotunda dos Burros: Foto de Gonzz |
Em 14 de junho de 2004, e no seguimento do seu plano de qualificação artística urbana, o Presidente da Câmara apresentou uma proposta, que seria aprovada por unanimidade, para a elaboração do estudo de conceção e realização de um motivo escultórico para a Rotunda da Avenida do Sabor: “A autarquia vai […] continuar a apostar na qualificação dos espaços urbanos para conferir à Cidade uma imagem de modernidade e de qualidade de vida, respeitando e valorizando o nosso património histórico-cultural e paisagístico, incidindo essa aposta numa das principais portas de entrada da Cidade de Bragança, a Rotunda da Avenida do Sabor, onde será colocado um motivo escultórico constituído por três figuras que simbolizam os habitantes da região, acompanhados pelo conjunto de três burros carregados, que retratam o esforço que estes habitantes, na companhia destes animais, percorriam ao frio e ao calor, quando se deslocavam na estrada que conduz às aldeias da Lombada e da zona de Rio de Onor a Bragança”.
Foi apresentado Barata Feyo como o escultor adequado para executar a referida composição escultórica, pelas características específicas do seu perfil artístico e sólido currículo académico e profissional. João Barata Feyo conclui em 1963 o curso de Escultura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, obtendo três anos depois o diploma de Escultor pela mesma instituição. Participa em prestigiosas exposições nacionais e estrangeiras, sendo considerado um dos escultores mais reputados da sua geração. Da sua produção escultórica fazem parte, entre outras, a estátua de Vímara Peres (1968), no Porto, e o Monumento ao Emigrante, em Monção.
A memória descritiva apresentada pelo artista, rica em pormenores que demonstram bem a compreensão do tema a ser representado no grupo escultórico, conduz-nos a uma vivência do passado da região. Jogando com dois planos, a cotas diferentes, o escultor coloca no centro da Rotunda da Avenida do Sabor o grupo de aldeãos e animais, recriando um percurso onde está presente a ideia da montanha, da ponte, do riacho, do percurso árduo percorrido desde as aldeias distantes até à Cidade.
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Homenagem à Atividade Rural (2005)
Estudo. Autoria: Barata Feyo |
“Estes animais, oriundos de várias aldeias deste Distrito, sobretudo de Gimonde e Varge, eram pois utilizados como meio de transporte por excelência para transportar pesadas cargas de lenha (esteva), sacas de brasas, leite, feixes de palha e outras mercadorias que o meio rural fornecia para abastecer a cidade de Bragança do pão e aquecimento dos lares brigantinos. Dentro de água e junto do rebordo do lago haverá um conjunto de focos luminosos alternados com repuxos de água, tentando criar uma cortina de luz e água, como um marco ou um farol iluminado, que pela sua grande simplicidade e complexidade que evoca, guia, à distância, a aproximação a um destino – uma porta de entrada de Bragança”.
Para Barata Feyo, este monumento poderá vir a ser o símbolo da Bragança, que se “preocupa com um futuro forte e dinâmico apoiado nas formas tradicionais da sociedade transmontana, preservando e enaltecendo, desta forma, as suas raízes e a sua origem”.
Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa
Confesso que me custa muito entender esta esquizofrenia recorrente e "democraticamente" instituída de pejar as rotundas de "obras de arte" das mais variadas proveniências e simbolismos!...A rotunda começou por ser uma fórmula de organizar e disciplinar o trânsito automóvel em qualquer centro urbano, ou periurbano!
ResponderEliminarE nessa medida, com provas dadas ao nível do planeamento urbano, a coisa vai funcionando, por via da diminuição dos acidentes rodoviários (mesmo assim há relato de sinistros nestes locais), pela fluidez e hierarquia no escoamento rodoviário, em suma pela organização urbana!...Posto isto, já é difícil entender o despesismo que está associado a estas manifestações de "embelezamento" urbanístico, elevadas à categoria de intervenções culturais e artísticas com custos pornográficos (quase sempre) para o utente/cidadão!...E a coisa ainda fica mais melhor com o cunho pessoal que é depositado pelos autarcas, sobretudo em vésperas de eleições, em que é preciso, à falta de melhores argumentos, apresentar "obra feita" para gáudio individual, político e colectivo! Uma verdadeira porra, isto tudo! As populações podem não ter água canalizada, ou sistema de saneamento básico nas suas ruas e casas (esses tremendos luxos urbanos), mas têm uma compensação magnífica, no investimento que é feito, nas obras de pseudo-requalificação urbana, nas rotundas, praças e afins! No final, somos todos uns ingratos, que não reconhecemos o "esforço" que é realizado nessas manifestações de despesismo público, que enchem de orgulho os nossos políticos e dirigentes!...O resto, o resto não interessa, porque é preciso parecermos civilizados, em vez de verdadeiramente o sermos de pleno direito (e dever, e sem preocupações sobre quem vier a seguir! A única coisa que importa é o triunfo do agora. É a isto que Saramago chamava a "cegueira da razão"!
Temos infelizmente o que merecemos! Lamentavelmente...
HMC