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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Barata Feyo – Homenagem à Atividade Rural (2005)

O monumento conhecido pela designação Homenagem à Atividade Rural, situado entre a Avenida Cidade de Zamora e a Avenida do Sabor, é um dos grupos escultóricos mais sugestivos colocados numa das entradas de Bragança, lembrando uma atividade da região que, noutros tempos, foi de grande importância para o desenvolvimento da Cidade, sendo da autoria do escultor Barata Feyo.
Rotunda dos Burros: Foto de Gonzz
Em 14 de junho de 2004, e no seguimento do seu plano de qualificação artística urbana, o Presidente da Câmara apresentou uma proposta, que seria aprovada por unanimidade, para a elaboração do estudo de conceção e realização de um motivo escultórico para a Rotunda da Avenida do Sabor: “A autarquia vai […] continuar a apostar na qualificação dos espaços urbanos para conferir à Cidade uma imagem de modernidade e de qualidade de vida, respeitando e valorizando o nosso património histórico-cultural e paisagístico, incidindo essa aposta numa das principais portas de entrada da Cidade de Bragança, a Rotunda da Avenida do Sabor, onde será colocado um motivo escultórico constituído por três figuras que simbolizam os habitantes da região, acompanhados pelo conjunto de três burros carregados, que retratam o esforço que estes habitantes, na companhia destes animais, percorriam ao frio e ao calor, quando se deslocavam na estrada que conduz às aldeias da Lombada e da zona de Rio de Onor a Bragança”.
Foi apresentado Barata Feyo como o escultor adequado para executar a referida composição escultórica, pelas características específicas do seu perfil artístico e sólido currículo académico e profissional. João Barata Feyo conclui em 1963 o curso de Escultura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, obtendo três anos depois o diploma de Escultor pela mesma instituição. Participa em prestigiosas exposições nacionais e estrangeiras, sendo considerado um dos escultores mais reputados da sua geração. Da sua produção escultórica fazem parte, entre outras, a estátua de Vímara Peres (1968), no Porto, e o Monumento ao Emigrante, em Monção.
A memória descritiva apresentada pelo artista, rica em pormenores que demonstram bem a compreensão do tema a ser representado no grupo escultórico, conduz-nos a uma vivência do passado da região. Jogando com dois planos, a cotas diferentes, o escultor coloca no centro da Rotunda da Avenida do Sabor o grupo de aldeãos e animais, recriando um percurso onde está presente a ideia da montanha, da ponte, do riacho, do percurso árduo percorrido desde as aldeias distantes até à Cidade.
Homenagem à Atividade Rural (2005)
Estudo. Autoria: Barata Feyo
“Estes animais, oriundos de várias aldeias deste Distrito, sobretudo de Gimonde e Varge, eram pois utilizados como meio de transporte por excelência para transportar pesadas cargas de lenha (esteva), sacas de brasas, leite, feixes de palha e outras mercadorias que o meio rural fornecia para abastecer a cidade de Bragança do pão e aquecimento dos lares brigantinos. Dentro de água e junto do rebordo do lago haverá um conjunto de focos luminosos alternados com repuxos de água, tentando criar uma cortina de luz e água, como um marco ou um farol iluminado, que pela sua grande simplicidade e complexidade que evoca, guia, à distância, a aproximação a um destino – uma porta de entrada de Bragança”.
Para Barata Feyo, este monumento poderá vir a ser o símbolo da Bragança, que se “preocupa com um futuro forte e dinâmico apoiado nas formas tradicionais da sociedade transmontana, preservando e enaltecendo, desta forma, as suas raízes e a sua origem”.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

1 comentário:

  1. Confesso que me custa muito entender esta esquizofrenia recorrente e "democraticamente" instituída de pejar as rotundas de "obras de arte" das mais variadas proveniências e simbolismos!...A rotunda começou por ser uma fórmula de organizar e disciplinar o trânsito automóvel em qualquer centro urbano, ou periurbano!
    E nessa medida, com provas dadas ao nível do planeamento urbano, a coisa vai funcionando, por via da diminuição dos acidentes rodoviários (mesmo assim há relato de sinistros nestes locais), pela fluidez e hierarquia no escoamento rodoviário, em suma pela organização urbana!...Posto isto, já é difícil entender o despesismo que está associado a estas manifestações de "embelezamento" urbanístico, elevadas à categoria de intervenções culturais e artísticas com custos pornográficos (quase sempre) para o utente/cidadão!...E a coisa ainda fica mais melhor com o cunho pessoal que é depositado pelos autarcas, sobretudo em vésperas de eleições, em que é preciso, à falta de melhores argumentos, apresentar "obra feita" para gáudio individual, político e colectivo! Uma verdadeira porra, isto tudo! As populações podem não ter água canalizada, ou sistema de saneamento básico nas suas ruas e casas (esses tremendos luxos urbanos), mas têm uma compensação magnífica, no investimento que é feito, nas obras de pseudo-requalificação urbana, nas rotundas, praças e afins! No final, somos todos uns ingratos, que não reconhecemos o "esforço" que é realizado nessas manifestações de despesismo público, que enchem de orgulho os nossos políticos e dirigentes!...O resto, o resto não interessa, porque é preciso parecermos civilizados, em vez de verdadeiramente o sermos de pleno direito (e dever, e sem preocupações sobre quem vier a seguir! A única coisa que importa é o triunfo do agora. É a isto que Saramago chamava a "cegueira da razão"!
    Temos infelizmente o que merecemos! Lamentavelmente...

    HMC

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