Por: António Orlando dos Santos (Bombadas)
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
As vinhas da ira de John Steinbeck é dos livros, pertencentes à literatura americana, de que mais gostei. Perguntar-me-ão: porquê? E eu direi que é um autêntico libelo acusatório, que publicado em 1939 é para mim a obra-prima de Steinbeck.
Vem a propósito que eu o releia de novo e faça as comparações que se me apresentarem como possíveis com aquilo que se passa em Portugal no momento em que se elegerão os homens e mulheres que ocuparão as cadeiras do poder autárquico, que nos condicionarão na nossa vida e como na história de 1939 o poder de alguns se transforma em abuso e o Zé Povinho se vê confrontado com o facto de lhes ser retirado o direito ao trabalho devido aos interesses de alguns, por preconceito e perfídia.
E antes de outra razão que aponte para explicar o facto de eu estar a chamar à liça tal exemplo digo que vi ontem na RTP, Canal 2 um apontamento sobre tal história que me pareceu de alta qualidade. Com imagens do filme feito a partir do livro e a opinião crítica de duas senhoras que estudaram a obra de Steinbeck profundamente, foi um momento de grande regozijo ouvir a apreciação de ambas, sem preconceito ou distorção.
Sumariamente é um conto que fala da depressão (Grande Depressão) e do movimento de fuga à miséria que grassava particularmente no Estado de Oklahoma de uma família que se dirige como milhares de outros à Califórnia, onde os grandes pomares esperavam que lhes fosse colhida a fruta pois era tempo para tal. A filosofia dos grandes latifundiários e donos dos pomares queriam que estes imigrantes trabalhassem como escravos e nas piores condições sanitárias que faziam lembrar as condições dos escravos nos Estados do Sul. A luta por um salário digno e condições de descanso e saúde pública são narrados pelo escritor duma forma em que a técnica é descrever o tempo e o espaço com um vocabulário fluido e que nos prende ao livro e a ação dos personagem levando a descrição de atitudes do mais pérfido egoísmo por parte dos fazendeiros e de uma insubmissão inata do lado dos imigrantes que partindo de uma xenofobia vinda do fundo do tempo e sempre usada pelas classes altas para com o homem humilde, este responde com alguma astúcia e perseverança nos confrontos com os fazendeiros e a polícia que era por eles manobrada.
Os Okies, como eram chamados os de Oklahoma, haviam perdido as suas terras porque o clima havia sofrido mudanças drásticas nos últimos anos, levando a que as colheitas fossem paupérrimas e os lavradores não conseguissem ganhar o suficiente para pagarem as hipotecas aos bancos que sem dó nem piedade os desalojavam das suas propriedades deixando-os assim na mais humilhante miséria.
E aí a sua corrida para Oeste começou até se tornar numa aventura épica que Steinbeck descreveu de forma fenomenal.
Disse o poeta: -mudam-se os tempos e as vontades, mas a verdade é que isto é poesia mas as condições de vida são lentas a melhorarem, tanto na América como entre nós que continuamos a depender de muitas coisas que nos são negadas por uma outra elite que com o poder que lhe foi conferido democraticamente faz conluio com empresas e grupos que usam o seu poder financeiro para praticarem atos de pura desonestidade, fazendo com que a riqueza do país desapareça e continuemos na cauda da Europa e o povo seja obrigado a emigrar neste caso para o estrangeiro onde o racismo e a xenofobia estão em alta e o esbulhar dos direitos dos trabalhadores são de novo postos em prática e o capital subjuga os que tentam manter em vigor, direitos liberdades e garantias devido à prática corrente de mandar o dinheiro para a Suíça ou outros paraísos fiscais como Off Shores & On Shores onde o escondem tão bem que algum nunca mais sai de lá porque têm tanto cá que até se esquecem do que lá põem.
Alguns outros acabam por fugirem à Justiça e retirarem-se para onde ninguém os incomoda e podem usar plenamente o Euros que desviaram.
Claro que aqui como em todo o mundo há gente da alta que são cidadãos honestos e há que dizê-lo alguns tentam remar contra a maré e porfiam para que haja mais equilíbrio e a distribuição seja mais justa e clara.
Bom, deveria eu explanar mais esta história fantástica que como explicou ontem a Senhora que comentava a ideia cimeira de Steinbeck que era primeiramente dar realce à atividade do grupo e não caprichar tanto na individual.
A verdade é que para mim a história e a forma narrativa é ainda hoje uma obra-prima da literatura não só americana, como mundial.
Por fim aconselho a leitura desta obra, agora, em tempo de eleições e digam-me se o meu conselho tem de facto o interesse que lhe atribuo.
Compartilhei hoje convosco algo que sinto há muito tempo e que me foi relembrado pelo Canal 2 que passa coisas fantásticas, tais que comparadas com as das outras Estações as deixa a anos-luz pela oportunidade e valia.
Vem a propósito que eu o releia de novo e faça as comparações que se me apresentarem como possíveis com aquilo que se passa em Portugal no momento em que se elegerão os homens e mulheres que ocuparão as cadeiras do poder autárquico, que nos condicionarão na nossa vida e como na história de 1939 o poder de alguns se transforma em abuso e o Zé Povinho se vê confrontado com o facto de lhes ser retirado o direito ao trabalho devido aos interesses de alguns, por preconceito e perfídia.
E antes de outra razão que aponte para explicar o facto de eu estar a chamar à liça tal exemplo digo que vi ontem na RTP, Canal 2 um apontamento sobre tal história que me pareceu de alta qualidade. Com imagens do filme feito a partir do livro e a opinião crítica de duas senhoras que estudaram a obra de Steinbeck profundamente, foi um momento de grande regozijo ouvir a apreciação de ambas, sem preconceito ou distorção.
Sumariamente é um conto que fala da depressão (Grande Depressão) e do movimento de fuga à miséria que grassava particularmente no Estado de Oklahoma de uma família que se dirige como milhares de outros à Califórnia, onde os grandes pomares esperavam que lhes fosse colhida a fruta pois era tempo para tal. A filosofia dos grandes latifundiários e donos dos pomares queriam que estes imigrantes trabalhassem como escravos e nas piores condições sanitárias que faziam lembrar as condições dos escravos nos Estados do Sul. A luta por um salário digno e condições de descanso e saúde pública são narrados pelo escritor duma forma em que a técnica é descrever o tempo e o espaço com um vocabulário fluido e que nos prende ao livro e a ação dos personagem levando a descrição de atitudes do mais pérfido egoísmo por parte dos fazendeiros e de uma insubmissão inata do lado dos imigrantes que partindo de uma xenofobia vinda do fundo do tempo e sempre usada pelas classes altas para com o homem humilde, este responde com alguma astúcia e perseverança nos confrontos com os fazendeiros e a polícia que era por eles manobrada.
Os Okies, como eram chamados os de Oklahoma, haviam perdido as suas terras porque o clima havia sofrido mudanças drásticas nos últimos anos, levando a que as colheitas fossem paupérrimas e os lavradores não conseguissem ganhar o suficiente para pagarem as hipotecas aos bancos que sem dó nem piedade os desalojavam das suas propriedades deixando-os assim na mais humilhante miséria.
E aí a sua corrida para Oeste começou até se tornar numa aventura épica que Steinbeck descreveu de forma fenomenal.
Disse o poeta: -mudam-se os tempos e as vontades, mas a verdade é que isto é poesia mas as condições de vida são lentas a melhorarem, tanto na América como entre nós que continuamos a depender de muitas coisas que nos são negadas por uma outra elite que com o poder que lhe foi conferido democraticamente faz conluio com empresas e grupos que usam o seu poder financeiro para praticarem atos de pura desonestidade, fazendo com que a riqueza do país desapareça e continuemos na cauda da Europa e o povo seja obrigado a emigrar neste caso para o estrangeiro onde o racismo e a xenofobia estão em alta e o esbulhar dos direitos dos trabalhadores são de novo postos em prática e o capital subjuga os que tentam manter em vigor, direitos liberdades e garantias devido à prática corrente de mandar o dinheiro para a Suíça ou outros paraísos fiscais como Off Shores & On Shores onde o escondem tão bem que algum nunca mais sai de lá porque têm tanto cá que até se esquecem do que lá põem.
Alguns outros acabam por fugirem à Justiça e retirarem-se para onde ninguém os incomoda e podem usar plenamente o Euros que desviaram.
Claro que aqui como em todo o mundo há gente da alta que são cidadãos honestos e há que dizê-lo alguns tentam remar contra a maré e porfiam para que haja mais equilíbrio e a distribuição seja mais justa e clara.
Bom, deveria eu explanar mais esta história fantástica que como explicou ontem a Senhora que comentava a ideia cimeira de Steinbeck que era primeiramente dar realce à atividade do grupo e não caprichar tanto na individual.
A verdade é que para mim a história e a forma narrativa é ainda hoje uma obra-prima da literatura não só americana, como mundial.
Por fim aconselho a leitura desta obra, agora, em tempo de eleições e digam-me se o meu conselho tem de facto o interesse que lhe atribuo.
Compartilhei hoje convosco algo que sinto há muito tempo e que me foi relembrado pelo Canal 2 que passa coisas fantásticas, tais que comparadas com as das outras Estações as deixa a anos-luz pela oportunidade e valia.
Bragança, 23/09/2021
A. O. dos Santos
(Bombadas)
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