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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 26 de setembro de 2021

Quatro lagartas de borboletas que podemos encontrar no Outono

 Nesta estação do ano, é provável que encontre lagartas de borboletas durante um passeio no campo ou até nas ruas de vilas e cidades. O investigador João Nunes explica o que estão a fazer estes incríveis animais e sugere quatro espécies para procurar.

Lagarta da borboleta-esfinge-da-euforbia. Foto: Lilly M/WikiCommons

No Outono, um pouco por todo o país, as lagartas de algumas espécies de borboletas estão “em trânsito”, em “migrações” silenciosas por entre a vegetação dos campos mas também em caminhos, ciclovias e estradas. Estão a preparar-se para a chegada do tempo mais frio do ano.

São lagartas de espécies como a borboleta-colibri (Agrius convolvuli), a borboleta Esfinge-da-euforbia (Hyles euphorbiae), a borboleta do medronheiro (Charaxes jasius) ou a borboleta zebra (Iphiclides feisthamelii).

Lagarta da borboleta-colibri. Foto: Jorg Hempel/WikiCommons

Estas lagartas “estão a deslocar-se do sítio de alimentação (por exemplo, a planta-hospedeira) para o local onde decidirem construir o seu casulo (se for uma espécie que o faça) e pupar”, explicou à Wilder João Nunes, investigador de borboletas nocturnas e colaborador no projecto Rede de Estações de Borboletas Nocturnas.

“De modo geral, todas as lagartas dispersam após atingirem o porte necessário para continuar com a metamorfose. Julgo que esta “decisão” impressa nos genes terá um caráter defensivo. Se todas as lagartas pupassem junto à sua planta hospedeira seria muito mais fácil para algum predador eliminá-las a todas…”, explicou o investigador.

Estas borboletas, que podemos encontrar enquanto lagartas nesta época do ano, têm em comum o facto de passarem o Inverno na forma de pupa.

“No próximo ano, seja na primavera ou no verão (ou ainda no inverno mas já no final) estas emergirão das pupas na forma de borboleta. Grande parte das borboletas constrói o seu casulo no subsolo”, explicou João Nunes.

Lagarta da borboleta-do-medronheiro. Foto: CNICE – MEC/WikiCommons

“Completar a metamorfose e atingir a fase adulta, a fase reprodutora, será sempre o objectivo final. Algumas espécies aprenderam a utilizar essa fase estática para seu proveito, como por exemplo, para se protegerem do inverno ou do verão.”

Segundo João Nunes, “em Portugal temos mais de 2.600 espécies de borboletas nocturnas registadas. Todas elas têm a sua própria fenologia, pelo que acabamos por ser privilegiados em ter tanto borboletas como lagartas todo o ano”.  

Quando encontrar uma lagarta de borboleta e quiser ajudá-la, o investigador diz que “a principal coisa a fazer é não interferir”. Mas há uma excepção, ou seja, quando as lagartas se encontrarem em vias de circulação, como caminhos pedestres, ciclovias e estradas. “Retirá-las e colocá-las na berma é geralmente uma boa prática.” 

Helena Geraldes

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