Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
A irmã de minha mãe vivia em Trás-os-Montes, numa pequena e modesta aldeia, entalada entre montes, e aninhada em fresco e fértil vale paradisíaco.
Era casada recentemente, e tinha um menino, que era o seu enlevo.
O marido, homem dinâmico, labutava arduamente no campo; ela, cuidava com esmero do maneio da casa: dava de comer aos animais e tecia em tosco e desengonçado tear, garridas mantas de farrapos.
Eram felizes, na singela, mas desafogada, vida campesina.
Um dia, o menino sentiu-se mal. O clínico – velho médico da Vila, – auscultou-o atentamente, e deu-lhe a triste nova, que a criança tinha que ser operada, urgentemente, no Porto.
Aflita, embrulhou à pressa, o garotinho, em fresca e macia manta, e calcorreou farta légua, coleando escabrosos e sinuosos cerros, porque nesse recuado tempo não havia estrada.
Depois, desceu até ao Porto, no ronceiro e tardo comboio do Douro.
De coração contrito, bateu à porta da irmã, pedindo-lhe encarecidamente socorro, esbaforida e estonteada pelo rumor da cidade, e pelo ardor da tarde escaldante.
Condoída, minha mãe ajudou-a a internar o menino, e acolheu-a carinhosamente em sua casa.
Dias depois, abalou, confiando o filho ao cuidado da irmã citadina.
Tempos depois, subitamente entra na nossa casa, asseverando, que o filho acabara de ser operado, e que ouvira, dentro de si, sua dolorosa voz, pedindo socorro.
Foram ao hospital, contestaram que realmente o menino fora operado com sucesso, essa manhã.
Muitos são os cientistas que duvidam da existência da telepatia, ou seja: a possibilidade de transmitir o pensamento, de cérebro a cérebro, desde que estejam em sintonia.
Como se um fosse o emissor e o outro recetor.
Essa possibilidade tem sido demonstrada até em espetáculos, mas há cientistas que duvidam, já que em muito casos – ou todos, – são meras mistificações.
Assisti, em Bragança, a cenas de telepatia, realizadas por indivíduo, que guiou, de olhos vendados, uma viatura pelas ruas da cidade.
Não julgo nem nego a possibilidade dos espíritos se comunicarem através de energia elétrica, emanada de cérebro a cérebro, apenas relato caso entre mãe amorosa e filho primogénito.
Era casada recentemente, e tinha um menino, que era o seu enlevo.
O marido, homem dinâmico, labutava arduamente no campo; ela, cuidava com esmero do maneio da casa: dava de comer aos animais e tecia em tosco e desengonçado tear, garridas mantas de farrapos.
Eram felizes, na singela, mas desafogada, vida campesina.
Um dia, o menino sentiu-se mal. O clínico – velho médico da Vila, – auscultou-o atentamente, e deu-lhe a triste nova, que a criança tinha que ser operada, urgentemente, no Porto.
Aflita, embrulhou à pressa, o garotinho, em fresca e macia manta, e calcorreou farta légua, coleando escabrosos e sinuosos cerros, porque nesse recuado tempo não havia estrada.
Depois, desceu até ao Porto, no ronceiro e tardo comboio do Douro.
De coração contrito, bateu à porta da irmã, pedindo-lhe encarecidamente socorro, esbaforida e estonteada pelo rumor da cidade, e pelo ardor da tarde escaldante.
Condoída, minha mãe ajudou-a a internar o menino, e acolheu-a carinhosamente em sua casa.
Dias depois, abalou, confiando o filho ao cuidado da irmã citadina.
Tempos depois, subitamente entra na nossa casa, asseverando, que o filho acabara de ser operado, e que ouvira, dentro de si, sua dolorosa voz, pedindo socorro.
Foram ao hospital, contestaram que realmente o menino fora operado com sucesso, essa manhã.
Muitos são os cientistas que duvidam da existência da telepatia, ou seja: a possibilidade de transmitir o pensamento, de cérebro a cérebro, desde que estejam em sintonia.
Como se um fosse o emissor e o outro recetor.
Essa possibilidade tem sido demonstrada até em espetáculos, mas há cientistas que duvidam, já que em muito casos – ou todos, – são meras mistificações.
Assisti, em Bragança, a cenas de telepatia, realizadas por indivíduo, que guiou, de olhos vendados, uma viatura pelas ruas da cidade.
Não julgo nem nego a possibilidade dos espíritos se comunicarem através de energia elétrica, emanada de cérebro a cérebro, apenas relato caso entre mãe amorosa e filho primogénito.
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
Sem comentários:
Enviar um comentário