“Temos um território que se destaca pelas suas variedades culturais, pelas suas raças autóctones, produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP), onde existe todo um potencial que contribui para a criação de uma Bio-Região”, disse à Lusa o autarca.
A certificação da Bio-Região dos Lagos do Sabor será dada no dia 16 de outubro, numa cerimónia que vai decorrer em Mogadouro, distrito de Bragança, durante a feira dos Gorazes.
A Bio-Região abrange quatro concelhos (Alfândega da Fé, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Torre de Moncorvo), no distrito de Bragança, e uma área de sete mil hectares de agricultura biológica.
Para Eduardo Tavares, “o processo de certificação dos Lagos do Sabor como uma Bio-Região faz parte dos objetivos de desenvolvimento sustentável que queremos para os territórios dos Lagos do Sabor”.
“Esta é uma forma de potenciar todo o território, com base nos princípios da gestão sustentável dos recursos locais e da proteção ambiental”, vincou o também presidente da Câmara de Alfândega da Fé.
A Bio-Região dos Lagos do Sabor permitirá manter a autenticidade do meio rural e promover a gestão sustentável do território, com base na produção biológica.
Os Lagos do Sabor estão em condições de obter a certificação como Bio -Região, abrangendo mais de 700 agricultores e cerca de 30 explorações pecuárias.
A Bio-Região “é um passo importante para a AMBS, que está a trabalhar no território envolvente dos Lagos do Sabor, resultado da construção da barragem do Baixo Sabor e que abrange uma área de 2.300 quilómetros quadrados”.
O presidente da Rede Internacional das Bio-Regiões, italiano Salvatori Basil, já havia visitado os Lagos do Sabor em abril e, na ocasião, disse à Lusa que viu “um território onde predominam as boas práticas agrícolas na produção de azeite, vinho ou cereais.
“Vi sobretudo uma boa comunidade agrícola que é a base de uma Bio-Região”, disse.
Para os promotores do projeto, a criação desta região certificada vai ajudar a evitar o abandono da terra, tornando estas áreas agrícolas mais atrativas.
De acordo com a diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), Carla Alves, que também integrou a comitiva, uma área geográfica, ao ser considerada uma Bio-Região, pretende promover uma gestão sustentável de determinado território.
Estas regiões com esta certificação consistem em áreas geográficas onde agricultores, cidadãos, operadores turísticos, associações e o poder local estabelecem uma parceria para a gestão sustentável dos recursos locais, dando centralidade à produção e consumo alimentar de base agroecológica.
Em Portugal existem atualmente as biorregiões de Idanha-a-Nova, Alto Tâmega, São Pedro do Sul e margem esquerda do rio Guadiana, a que se juntará a os Lagos do Sabor.
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