O anúncio do concurso público para a construção foi publicado em Diário da República, na segunda-feira, com um valor final de 14 milhões de euros para aquele que é “o maior investimento no município de Vila Flor” financiado pelo Plano Nacional de Regadio.
A nova barragem materializa uma ambição com mais de meio século dos agricultores deste concelho do distrito de Bragança e será construída na freguesia de Freixiel, destinada a regadio para desenvolver a agricultura local, mas também como ponto de apoio ao combate de fogos florestais.
O projeto para a construção das infraestruturas hidráulicas será executado, segundo os termos do concurso público, em dois lotes, um relativo à barragem, que absorve mais de metade do investimento, e outro à rede de rega.
Denominado como aproveitamento hidroagrícola de Freixiel, este investimento destina-se a aumentar em 700 hectares a área de regadio do concelho que integra um dos vales mais férteis portugueses, o da Vilariça, junto com os municípios de Alfândega da Fé e Torre de Moncorvo.
O prazo para a execução do contrato é de 32 meses e os interessados têm 45 dias, a contar da data do anúncio, para apresentar propostas.
O presidente da Câmara de Vila Flor, Pedro Lima, acredita que “vai haver muito interesse” e que não faltarão concorrentes para a empreitada, que está convicto conseguir começar a executar “durante o verão”.
“Espero cumprir o cronograma à risca, com um ano e meio de execução, e inaugurar a barragem no final do primeiro trimestre de 2025”, afirmou à Lusa.
Trata-se de “um projeto fundamental e estruturante para o concelho”, no qual o autarca social-democrata diz ter “orgulho” em participar, destacando “a visão” de quem “deixou as bases”, numa referência ao anterior executivo socialista.
O projeto foi aprovado, em 2018, no âmbito do Plano Nacional de Regadio, mas é uma ambição local há várias décadas nesta zona do Nordeste Transmontano que se destaca pelo potencial agrícola do Vale da Vilariça.
O regadio tem sido apontado como fundamental para o desenvolvimento do vale que ainda tem por concretizar infraestruturas projetadas há décadas pelo chamado “pai” da agricultura transmontana, o engenheiro Camilo Mendonça.
Para esta zona estão também previstos investimentos superiores a 10 milhões de euros no reforço do regadio existente e está a ser reclamada a construção de mais uma barragem.
O vale é servido pelas barragens que regam 1.500 hectares de olival, vinha, frutícolas e hortícolas de 554 agricultores, mas tem potencial para chegar aos 2.500 hectares e 800 beneficiários, segundo os responsáveis locais.
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