De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), “a percentagem de água segura em Portugal continental é de 98,96%, um valor considerado de excelência”.
No entanto, o país integra a lista dos 50 principais países em consumo de água engarrafada ‘per capita’ em 2021, liderada por Singapura (1.129 l).
O estudo do Instituto Universitário para a Água, Ambiente e Saúde da Universidade das Nações Unidas, que abrange 109 países, assinala que a água utilizada pela referida indústria “pode levar ou contribuir para o esgotamento dos recursos hídricos subterrâneos” em áreas de grande consumo em muitas partes do mundo, questão de relevância a nível global dado que “mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo dependem de águas subterrâneas como a sua principal fonte” deste líquido indispensável para a vida.
Refere igualmente que os 270 mil milhões de dólares (250 mil milhões de euros) gastos em 2021 pelos consumidores em água engarrafada seriam suficientes para garantir a disponibilização de água de torneira segura em grande parte do mundo.
O relatório chama ainda a atenção para a relação entre o consumo de água engarrafada e a poluição por plástico, notando que “os recipientes de plástico representam de longe a embalagem mais comum utilizada na indústria” e lembrando que “os materiais plásticos podem levar até 1.000 anos para se degradarem”.
A propósito do Dia Mundial da Água, que ontem se assinalou, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realçou a necessidade de aumentar a consciencialização sobre a crise global da água e o agravamento das situações estruturais de escassez.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já tinha alertado ontem para o facto de a humanidade estar a esgotar os recursos hídricos do planeta, antes do início da Conferência da Água de 2023 das Nações Unidas, sobre as necessidades de milhares de milhões de pessoas, em risco perante uma iminente crise hídrica mundial.
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