Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Na década oitenta, do século transato, assistindo na “Globo,” animado programa de variedade, senti de repente, forte e aguda dor no cotovelo do braço esquerdo, que se propagava até aos dedos da mão.
Como a dor fosse intensa e não passasse, dirigi-me preocupadíssimo ao médico assistente.
Após examinar-me, tateando cuidadosamente o braço, recomendou-me, que seria melhor consultar o ortopedista.
Receoso, fui. Comunicou-me a triste nova, que seria necessário operar urgentemente. Havia um nervo trilhado na articulação do cotovelo.
Para se poder realizar a cirurgia, tinha de realizar vários exames, entre eles, submeter-me a dolorosos choques elétricos, para se conhecer bem o grau de incapacidade.
Escolhido o clínico, aguardei numa elegante e bem decorada sala de espera.
Chegada a minha vez, deparei com medica, já velhinha, que me tratou carinhosamente, e de modo familiar.
Durante o exame, conversava animadamente, sorrindo, sobre casos curioso, passados na sua família, no propósito – segundo disse, – de me distrair, enquanto aplicava os penosos choques.
Atrevidamente, abusando da extraordinária simpatia da senhora, arrisquei perguntando-lhe, quando terminei o exame:
- O que acha que devo fazer?
- Seu médico é que sabe. - Respondeu secamente.
- E se fosse seu filho, que faria?
- Ah!... Se fosse meu filho, não operava. Não! Há casos que passam sem nada fazer.... Se a dor for intensa e continuar...é caso de operar. Quer um conselho: não se apoie nos cotovelos, nem guie com o braço de fora.
Semanas depois, a dor desapareceu, da mesma forma como surgiu.
Casos há, como este, que se resolvem por si. É, todavia, de louvar a honesta atitude da médica, que indiferente à ética, revelou-me seu parecer, poupando-me assim dinheiro e tratamento doloroso.
Por vezes os diagnósticos dos médicos são bem diferentes, quando se lembram que também são pais e mães.
Como a dor fosse intensa e não passasse, dirigi-me preocupadíssimo ao médico assistente.
Após examinar-me, tateando cuidadosamente o braço, recomendou-me, que seria melhor consultar o ortopedista.
Receoso, fui. Comunicou-me a triste nova, que seria necessário operar urgentemente. Havia um nervo trilhado na articulação do cotovelo.
Para se poder realizar a cirurgia, tinha de realizar vários exames, entre eles, submeter-me a dolorosos choques elétricos, para se conhecer bem o grau de incapacidade.
Escolhido o clínico, aguardei numa elegante e bem decorada sala de espera.
Chegada a minha vez, deparei com medica, já velhinha, que me tratou carinhosamente, e de modo familiar.
Durante o exame, conversava animadamente, sorrindo, sobre casos curioso, passados na sua família, no propósito – segundo disse, – de me distrair, enquanto aplicava os penosos choques.
Atrevidamente, abusando da extraordinária simpatia da senhora, arrisquei perguntando-lhe, quando terminei o exame:
- O que acha que devo fazer?
- Seu médico é que sabe. - Respondeu secamente.
- E se fosse seu filho, que faria?
- Ah!... Se fosse meu filho, não operava. Não! Há casos que passam sem nada fazer.... Se a dor for intensa e continuar...é caso de operar. Quer um conselho: não se apoie nos cotovelos, nem guie com o braço de fora.
Semanas depois, a dor desapareceu, da mesma forma como surgiu.
Casos há, como este, que se resolvem por si. É, todavia, de louvar a honesta atitude da médica, que indiferente à ética, revelou-me seu parecer, poupando-me assim dinheiro e tratamento doloroso.
Por vezes os diagnósticos dos médicos são bem diferentes, quando se lembram que também são pais e mães.
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
Sem comentários:
Enviar um comentário