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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 24 de março de 2023

QUANDO APELEI A SENTIMENTO NOBRE

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Na década oitenta, do século transato, assistindo na “Globo,” animado programa de variedade, senti de repente, forte e aguda dor no cotovelo do braço esquerdo, que se propagava até aos dedos da mão.
Como a dor fosse intensa e não passasse, dirigi-me preocupadíssimo ao médico assistente.
Após examinar-me, tateando cuidadosamente o braço, recomendou-me, que seria melhor consultar o ortopedista.
Receoso, fui. Comunicou-me a triste nova, que seria necessário operar urgentemente. Havia um nervo trilhado na articulação do cotovelo.
Para se poder realizar a cirurgia, tinha de realizar vários exames, entre eles, submeter-me a dolorosos choques elétricos, para se conhecer bem o grau de incapacidade.
Escolhido o clínico, aguardei numa elegante e bem decorada sala de espera.
Chegada a minha vez, deparei com medica, já velhinha, que me tratou carinhosamente, e de modo familiar.
Durante o exame, conversava animadamente, sorrindo, sobre casos curioso, passados na sua família, no propósito – segundo disse, – de me distrair, enquanto aplicava os penosos choques.
Atrevidamente, abusando da extraordinária simpatia da senhora, arrisquei perguntando-lhe, quando terminei o exame:
- O que acha que devo fazer?
- Seu médico é que sabe. - Respondeu secamente.
-  E se fosse seu filho, que faria?
- Ah!... Se fosse meu filho, não operava. Não! Há casos que passam sem nada fazer.... Se a dor for intensa e continuar...é caso de operar. Quer um conselho: não se apoie nos cotovelos, nem guie com o braço de fora.
Semanas depois, a dor desapareceu, da mesma forma como surgiu.
Casos há, como este, que se resolvem por si. É, todavia, de louvar a honesta atitude da médica, que indiferente à ética, revelou-me seu parecer, poupando-me assim dinheiro e tratamento doloroso.
Por vezes os diagnósticos dos médicos são bem diferentes, quando se lembram que também são pais e mães.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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