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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 27 de março de 2023

Município de Miranda do Douro está a fazer inventário para saber quantas Capas de Honras há no concelho

 Estão a ser contadas as Capas de Honras que existem no concelho de Miranda do Douro


O município está a fazer um inventário para conseguir avaliar quantas capas ainda existem, uma vez que muitas estão fechadas nos baús. Uma forma de continuar a preservar um produto identitário

“O que eu mais temo é que muitas capas se percam, das que estão nas aldeias. Há poucos anos havia pessoas que deitavam as capas ao lixo e nós não queremos que isso continue, independentemente do estado em que elas se encontrem. Queremos é preservá-las e trazê-las à luz do dia para que as artesãs que ainda estejam no activo possam fazer réplicas e assim conseguiremos perpetuar ainda mais a memória dos nossos antepassados”, referiu a presidente da câmara, Helena Barril.

Este domingo, aconteceu mais uma cerimónia de exaltação da Capa de Honras, na Sé de Miranda do Douro. Dezenas de pessoas vestiram esta peça feita em burel. Uma delas foi Alberto Fernandes, que carregava uma capa de 1907.

“Claramente é uma herança. A data que tem inscrita suponho que seja o ano de fabrico da capa e é uma herança do meu bisavô que era conhecido como Tio Preto, da aldeia de Ifanes. Por a capa ser um elemento dotado de bastante singularidade, além de autenticidade, e como cada capa é única, é com grande honra que todos os anos saio com a capa para este evento, também na figueira do galo é tradição vir com a Capa de Honras”, contou.

José Falcão também não quis faltar. Trazia uma capa com quase 70 anos. Foi-lhe herdada e agora faz questão que fique para os netos.

“Esta vai ficar para os meus netos, se a quiserem utilizar, utilizam, senão que a pendurem. Esta capa foi feita no mesmo ano que eu nasci. Era do meu pai. Nós só usamos isto num dia de festa, antigamente usavam todos os dias, porque iam com o gado, à chuva, não havia chapéu-de-chuva, nem capas de plástico”, disse.

Actualmente apenas três pessoas ainda fazem a capa de honras. Durantes anos, caiu em desuso, mas agora volta a estar na moda e ser motivo de orgulho para os mirandeses. Já é do século nono e inicialmente era designada por capa de chiba. Com o tempo foi tendo várias funções e vários formatos. Era usada por pobres e ricos.  

“A Capa de Honras era usada por pastores, por boieiros, por gente rica, por gente pobre. Os homens usavam todos Capa de Honras. Chama-se assim porque honrava quem era recebido por ela e quem a trazia e a Capa de Honras era um vestuário que se usava no casamento, no baptizado, no funeral, nos domingos do ano, nos dias de Páscoa, nos dias de Natal”, explica o investigador, António Mourinho.

Dezenas de Capas de Honras foram exaltadas ontem. A peça de vestuário identitária de Miranda do Douro era usada só pelos homens, mas recentemente começaram a ser feitas também para as mulheres usarem.

Escrito por Brigantia

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