A antiga canalização de Miranda do Douro coloca este município no topo da lista dos concelhos do distrito com mais água não facturada. De acordo com o relatório da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, referente a 2021, cerca de 71,4% da água não é contabilizada. A presidente da câmara, Helena Barril, explica que as perdas se devem à canalização e sem financiamento, não pode ser substituída. “É uma conjugação de factores mas as canalizações estão envelhecidas. Tínhamos muita necessidade de as renovar e não há apoios nos fundos comunitários. Isso tem-nos trazido algum entrave. Estamos na câmara há um ano e meio e ainda mantemos a esperança de conseguir colmatar estas perdas, não na totalidade mas, pelo menos, desagravar”.
Em Outubro do ano passado, o município implementou um sistema de telegestão das redes de abastecimento de água, que detecta avarias. Há equipas sempre disponíveis para reparar fugas de água e evitar grandes desperdícios de água. Assim, Helena Barril acredita que isso se vai fazer notar nos relatórios da ERSAR. “Não é uma situação que se resolva de um dia para o outro. Tínhamos uma perda de cerca de 70% e, neste momento, sabemos que está a diminuir muito. O trabalho está a ser feito”.
Vimioso também é dos concelhos que mais água não facturada, são 70,4%. Mas o autarca, Jorge Fidalgo, esclarece que se deve edifícios municipais não terem contadores. Um investimento que admite que tem que ser feito, mas que o município não consegue suportar de uma vez. “Será menos de metade do que essa que é apontada pela ERSAR. Como isto implica um investimento significativo, obviamente que não conseguimos fazer tudo ao mesmo tempo. Temos que ir fazendo um esforço. Se não tivermos fundos comunitários ou ajudas para o fazer não vamos conseguir”.
Por outro lado, Macedo de Cavaleiros que já chegou a registar perdas acima dos 80%, agora vê o cenário mudar. Em 2021, as perdas rondavam os 66%, mas o presidente da câmara, Benjamim Rodrigues, adiantou que em 2022 será apenas de 56%, devido às medidas adoptadas pelo município. “Modernização de contadores e zonas de controlo mais restritas e alguma melhoria no sistema de intervenção mais rápida”.
Com a diminuição das perdas, nos últimos cinco anos, Macedo de Cavaleiros conseguiu uma poupança anual na ordem dos 200 mil euros.
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