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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 15 de março de 2023

UMA ROSA AMARELA

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

As exéquias fúnebres respeitaram a sua vontade, tanto quanto foi possível. “Quero uma cerimónia simples e sem grandes manifestações de pesar”. Era impossível conter a comoção e tristeza de quantos estiveram na igreja matriz de Vila Flor, para um último adeus e a simplicidade das cerimónias religiosas não ultrapassaram a necessária solenidade da presença dos seus pares presididos pelos bispo auxiliar e arcebispo de Braga, D. Delfim Gomes e D. José Cordeiro. “Quero cânticos alegres, na hora da minha partida”. 
Com a direção do pároco, Francisco Pimparel, o coro, que tantas vezes orientou, entoou dez cânticos, quatro deles musicados por si. “Não pretendo grandes arranjos florais. Coisa simples e do quotidiano”.
À riqueza arquitetónica do templo, nada de faustoso foi acrescentado. Junto da urna, pousada diretamente no solo, coisas simples, do quotidiano, onde sobressaía uma cruz de madeira rústica com o rosto de Cristo pintado, em singela alegoria a uma vida dedicada ao serviço da Igreja e, sobretudo, a todos quantos procuraram conforto, auxílio, orientação ou apoio moral e religioso. 
“Se calhar é uma pretensão descabida, um capricho despropositado, mas gostava de levar, na mão, uma rosa amarela”. Não, não é. Podia ser uma açucena trazida da Ermida da Senhora do Castelo, a cuja proteção se entregou, há tantos anos, sobretudo nos períodos mais críticos das várias doenças que ao longo da vida o afligiram e atormentaram; podia ser uma flor silvestre colhida nas encostas do Santuário da Senhora da Assunção a quem foi consagrado no batismo e de quem colheu o nome; podia ser um ramo verde originário das redondezas da capela da Senhora dos Anúncios que o protegeu durante a meninice, nas suas caminhadas para a escola distante; ou uma rosa qualquer vinda da Vilariça, da Senhora da Rosa, em Sampaio, de onde se podia ver a Santa Cruz... uma rosa sim, mas especial, sobretudo na cor: amarela, como homenagem a todas elas (afinal “TODAS AS NOSSAS SENHORAS SÃO A MESMA MÃE DE DEUS”) na figura tutelar da sua mãe, Felicidade do Céu, que, de todas as flores, preferia as rosas amarelas. 
Uma rosa, também como tributo a Vila Flor, terra que o viu nascer e que calorosamente o acolheu e que, segundo ele, deverá juntar à Flor de Lis, as rosas que se abrigam no regaço da Rainha Santa, recordada em estátua na Praça da República e a que o padre Joaquim da Assunção Leite quis dar vida e cujo projeto há de ser continuado e levado a cabo, com o apoio da Câmara Municipal de acordo com o compromisso assumido pelo seu presidente.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia) e A Morte de Germano Trancoso (Romance), Canto d'Encantos (Contos) tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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