Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Atenor: “Pranto de Maria Parda” encerrou a XI Ronda das Adegas

 Nos dias 9, 10 e 11 de junho, a aldeia de Atenor voltou a ser o destino de milhares de pessoas, que quiseram participar na XI Ronda das Adegas, um evento cultural que mostra as potencialidades do mundo rural, como os produtos da terra e a gastronomia, os antigos ofícios e os animais, os jogos tradicionais, a música, os concertos e até o teatro de rua, que este ano encerrou a festa.


“A chuva da semana passada dissuadiu muitas pessoas de participar no evento deste ano e por isso não atingimos o objetivo dos cinco mil visitantes, mas mesmo assim ficamos muito próximos desse número, já que registamos 4500 entradas”, disse.

O teatro “Pranto de Maria Parda” foi uma das novidades do evento, o que segundo Vitor Rodrigues faz parte da estratégia da organização de acrescentar qualidade à festa, de ano para ano.

Segundo o dirigente associativo, a Ronda das Adegas, em Atenor, também tem o propósito de alertar a opinião pública, e em particular, o governo, para o preocupante despovoamento das zonas rurais.

Este ano, a XI edição contou com a visita do vice-presidente do Turismo do Porto e Norte, Inácio Ribeiro, que nesta sua estadia em Atenor, disse que este evento é um modo criativo de respeitar, cultivar e manter as tradições rurais.

“Em Atenor, com a realização da Ronda das Adegas transmitem-se tradições como a musica tradicional, mas também o saber fazer dos antigos ofícios, que constituem uma herança cultural que importa preservar”, destacou.

Sobre a peça de teatro que encerrou o evento deste ano, Inácio Ribeiro acrescentou que o teatro permite representar e ironizar sobre a vida passada e presente.

Quanto à peculiaridade e ao sucesso da Ronda das Adegas, o vice-presidente do Turismo Porto e Norte explicou que o que torna os territórios atrativos são as suas gentes.


“É a dimensão humana que dá história, memória e identidade aos territórios. A Terra de Miranda e em particular, a aldeia de Atenor, não obstante o gravíssimo problema do despovoamento, tem muita alma. E são os eventos culturais, como a Ronda das Adegas, que despertam o interesse do público e constituem uma das estratégias que mais pode ajudar estes territórios”, disse.

De acordo com o responsável pelo turismo, a Ronda das Adegas tem potencial para crescer em Portugal e no estrangeiro e atrair turistas que permaneçam na região para além do fim-de-semana.

Este ano, o evento encerrou com um teatro de rua, no qual a companhia Filandorra – Teatro do Nordeste representou a peça “Pranto de Maria Parda”, de Gil Vicente. Na perspectiva de Inácio Ribeiro, o teatro de rua é uma boa aposta, dado que esta arte envolve e apela à participação do público.

“O teatro de rua consegue pôr o público a participar, seja a dançar, a cantar ou a representar. O público torna-se também um ator ativo e não apenas um observador passivo que passa por Atenor!”, explicou.

Dada a entusiasta participação do público na peça “Maria Parda”, o vice-presidente do Porto e Norte sugeriu mesmo que a peça de teatro decorra ao longo dos vários dias do evento.


Por sua vez, o diretor Artístico da Filandorra – Teatro do Nordeste, David Carvalho explicou que a peça é um dos textos míticos de Gil Vicente, escrito durante dois anos de seca, o que levou à escassez de produtos alimentares, como o vinho.

“O vinho simboliza a alegria. E esta peça é a história de uma mulher que morre à sede de vinho, isto é, morre de tristeza”, explicou.

Ao longo da peça, a personagem principal, Maria Parda anda de adega em adega a pedir vinho (alegria), mas ninguém lhe dá. No final do enredo, metade das personagens são pessoas vindas do público, o que revela a mais valia da interatividade do teatro de rua.

A peça de teatro “Pranto de Maria Parda” na XI Ronda das Adegas fez parte do protocolo estabelecido entre a Filandorra e o Município de Miranda do Douro.
A “Ronda das Adegas” é um evento organizado pela Associação Cultural Desportiva de Atenor e que conta com os apoios do município de Miranda do Douro, da União de Freguesias de Sendim e Atenor e de várias empresas patrocinadoras.

HA

Sem comentários:

Enviar um comentário