O estudo para a Linha de Alta Velocidade Porto/Madrid, via Trás-os-Montes, apresentado pela Associação Vale d’Ouro, integra o Plano Ferroviário Nacional mas, não sendo ainda um plano de investimentos, é preciso continuar a trazer a questão a debate, defendeu Luís Almeida, presidente da associação, no sábado, em Bragança, no Conselho Raiano: A Ferrovia em Trás-os-Montes e a Ligação a Espanha, organizado pela Rionor. “A versão do Plano Nacional Ferroviário, que é conhecida até ao momento, não considera, ainda, a ligação a Espanha. Há indicações da Secretaria de Estado das Infraestruturas e do próprio ministério de que essa ligação vai ser considerada, mas essa é apenas uma das partes. A outra parte é que esta ligação seja considerada de alta velocidade. Não vale a pena voltar a abrir um túnel no Marão ou fazer uma linha a rasgar toda a região de Trás-os-Montes se não for para ter bons tempos de viagem. A pressão vai ter que continuar a ser feita porque o plano nacional é um plano de intenções e não um plano de investimento. Por isso, não há garantia nenhuma”.
O estudo já esteve em consulta pública e prova que há uma alternativa àquilo que foi apresentado pelo Governo, a ligação a Espanha pelo centro do país, a partir de Aveiro.
Quem também defende que não se pode deixar de falar do assunto é o deputado socialista eleito por Bragança, Sobrinho Teixeira, que se diz confiante. “Não é um processo que se vá ganhar agora, nem amanhã, nem depois. É um processo sobre aqueles que hoje têm a capacidade e obrigação de intervir e pugnar e tenho a certeza que, a seguir a nós, haverão outros a intervir e pugnar. Isto é um processo que vai demorar alguns anos mas o que é determinante é que no plano apareça, de forma explícita, que esta ligação é uma ligação feita em alta velocidade”.
Alta velocidade também a defende Jorge Nunes, o ex-presidente da Câmara Municipal de Bragança, entre 1998 a 2013, que levou ao Conselho Raiano “A Ferrovia em Trás-os-Montes, memória do passado, luta do presente”. Bragança como fim de linha também não faz sentido. “A ligação ferroviária para o Nordeste Transmontano só faz sentido se ela servir a região Norte do plano da competitividade da economia e da descarbonização da actividade económica”.
O presidente da RIONOR, Francisco Alves, diz-se satisfeito por esta questão estar finalmente na agenda mas pede aos transmontanos que reclamem o que merecem. “A ferrovia é o grande motor do desenvolvimento económico. Está na mão dos cidadãos bater o pé e se Trás-os-Montes não o conseguir fazer é porque não foi unido a reivindicar estas soluções”.
O Conselho Raiano: A Ferrovia em Trás-os-Montes e a Ligação a Espanha, organizado pela Rionor, aconteceu, no sábado, em Bragança.
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