O investigador Júlio Sá Rêgo percorreu as serras do Norte de Portugal, nomeadamente as da Terra Fria, para escrever ‘O criado do pastor’, apresentado na Feira do Livro de Lisboa. “Eu tentei trazer as vozes dos pastores ao público, ainda que com alguma subjetividade da minha par ando que o texto foi escrito a partir de caminhadas que fez com pastores. “Para entender a realidade dos pastores é preciso caminhar com eles. Eu acompanhei-os, guiava com eles os animais para ver como é a realidade do dia a dia, no verão, no inverno, no frio, ou na falta de chuva”, descreveu.
O autor franco-brasileiro, economista e antropólogo, radicado em Bragança, avançou para a escrita, com a chancela das Edições Colibri, depois de ter passado vários meses a acompanhar pastores pelos montes do Alvão (Alto Tamêga) e na Terra Fria Transmontana (Bragança, Vinhais, Vimioso e Miranda do Douro), com passagens pela Terra Quente, Gerês e Serra do Açor.
“Eu vim para Portugal fazer uma tese de doutoramento em Antropologia, depois de ter trabalhado vários anos na UNESCO, em Paris. Como me interessava pela questão do fogo acabei por chegar ao programa das cabras sapadoras do ICNF. Cada vez mais eu trabalhava nessa questão do ponto de vista antropológico e científico, apercebi-me que era interessante voltar a ter uma compreensão do que representa a pastorícia e, principalmente, o pastor. O Programa das Cabras sapadoras era muito técnico e nunca se parou para pensar na questão do pastor que era quem tomava as decisões”, explicou a Mensageiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário