«Em nome de Deus amem. Sabham quantos este ’stromento virem que na era de mill quatrocentos quarenta sete annos dezenove dias do mes de Julho em a cidade de Lixboa perante Gonçalo Stevez contador d’El Rey em presença de mim Gonçallo Gonçalvez publico notario per mandado e actoridade do dicto senhor eu dar en publica forma o trallado das escripturas do dicto senhor que som na sua torre do castello da dicta cidade das quaees scripturas ao dicto contador he dado especial encargo da guarda e chaves dellas e das testemunhas que adeante som ’scriptas perante o dito contador e testemunhas pareçeo hum homem que se dizia per nome Afomso Lopez morador em Vinhaees e outrosi procurador que se dizia dos moradores de Vall de Paaço e de Lonba e apresentou ao dicto contador huum alvara do dicto senhor Rey escripto em papell e asiinado per ell segundo em ell pareçia do quall alvara o theor tall he: “Nos El Rey fazemos saber a vos Gonçallo Estevez nosso contador que teendes encargo das nossas ’scripturas do tonbo que [o] dom abade de Crasto d’Avellãas nosso criado nos disse que em essas nossas escripturas jazem foraaes destas terras a fundo ’scriptas. Item: terra de Vall de Paaço e de Lonba. Item: terra de Bragadinha que ora ha nome Villa Franca. Item: terra de Feira e de Cerzada que som en terra de Bragança e outras scripturas que perteençem ao dicto moesteiro de Crasto d’Avellas; e que nos pidia por merçee que lhe mandassemos dar o trallado dellas en pubrica forma porquanto se entendia per ellas d’ajudar; porque vos mandamos que logo visto este alvara busquedes essas ’scripturas e lhe dedes o trallado dos dictos foraaes e ’scripturas que perteecerem ao dicto moesteiro de Crasto d’Avellãs en publica forma e esto fazede em tall guisa que as scripturas sejam bem guardadas; umde all nom façades.
Fecto no Porto dous dias de Julho; Diego Gill o fez era de mil e quatrocentos quarenta sete anos”.
O qual alvara assi mostrado o dicto contador em comprimento do dicto alvara do dicto senhor buscou as suas ’scripturas que ’stom na sua torre do dito castello antre as quaees foy achado em huum livro que he do tempo d’El Rey dom Dinis que foi achado no almario dos foraes e aforamentos que tem huum G cabidoado nas cuberturas que se conpeça no primeiro dizer da tavoa: carta de foro de huum regueengo que he en Lanternii (?) em o quall livro se contem huma carta que tall he (141):
“Dom Dinis pella graça de Deus Rey de Portugall e do Algarve. A quantos esta carta virem faço saber que Joham Macia e Lourenço Dominguiz procurador dos pobradores da minha terra de Lonba per poder de huma procuraçom avondossa que eu vi fecta per maao d’Aires Pirez tabeliom de Vinhaees veerom a mim e pidirom per merçee pollos moradores de Lonba e de seos termhos per poder da dicta procuraçom que lhe desse foros e custumes bons e que elles me queriam fazer foro; porem eu querendo-lhes fazer graça e mercee tenho
Fecto no Porto dous dias de Julho; Diego Gill o fez era de mil e quatrocentos quarenta sete anos”.
O qual alvara assi mostrado o dicto contador em comprimento do dicto alvara do dicto senhor buscou as suas ’scripturas que ’stom na sua torre do dito castello antre as quaees foy achado em huum livro que he do tempo d’El Rey dom Dinis que foi achado no almario dos foraes e aforamentos que tem huum G cabidoado nas cuberturas que se conpeça no primeiro dizer da tavoa: carta de foro de huum regueengo que he en Lanternii (?) em o quall livro se contem huma carta que tall he (141):
“Dom Dinis pella graça de Deus Rey de Portugall e do Algarve. A quantos esta carta virem faço saber que Joham Macia e Lourenço Dominguiz procurador dos pobradores da minha terra de Lonba per poder de huma procuraçom avondossa que eu vi fecta per maao d’Aires Pirez tabeliom de Vinhaees veerom a mim e pidirom per merçee pollos moradores de Lonba e de seos termhos per poder da dicta procuraçom que lhe desse foros e custumes bons e que elles me queriam fazer foro; porem eu querendo-lhes fazer graça e mercee tenho
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(140) O dia do mês, que não vem neste documento, encontra-se citado no Portugal Antigo e Moderno, artigo «Santalha».
(141) Esta carta de D. Dinis está também no liv. 4.° de Doações de D. Dinis, fl. 57 v., col. 2.ª
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por bem e mando que elles sejam vezinhos de Vinhaees e ajam taees foros e taees custumes quaees ham os vizinhos de Vinhaaes sallvo que nom velem com eles nem obrigados ha eles nem nem [sic?] a mi; e que elles dem a mi em cada hum anno por foro duzentas libras aas terças do anno; porem mando e defendo nom seja nenhuum tam ossado cavaleiro nem dona nem escudeiro nem outro homem poderosso que contra elles vaa nem lhes faça mall nem força so pena da minha merçee e aquell que lha fezer ficara por ello meu imigo e peitar-me-ha os meus encoutos; e mando ao meu concelho de Vinhaees que os enparem e os defendam e nom sofram a nenhuum que lhes faça mall nem força so pena dos meus encoutos de seis mill soldos; e em testemunho desto lhes dey esta minha carta.
Dante em Lixboa primeiro dia de Fevereiro El Rey o mandou per Gonçallo Anes daiam de Bragaa e Pero Stevez seu vassallo; Bertollomeu Pirez a fez era de mill trezentos quarenta e nove annos”.
E de como se mostrou e contem no dito livro o dito Afonsso Lopez pidio pera os sobredictos dello o trallado em este ’stromento e o dicto contador lho mandou dar a mim sobredicto Gonçallo Gonçalvez.
Fecto foi na dicta cidade o dicto dia e mes e era sobredicta; testemunhas que a esto presentes [foram:] o dicto Gonçallo Stevez contador e Afomso d’Evora e Alvaro Pirez que vive com o dicto contador e outros e eu dicto Gonçallo Gonçalvez publico notairo pera esto per mandado e actoridade do dicto senhor que a esto presente foi e aqui meu sinall fiz que tall he en testemunho de verdade. Nom seja duvida a antrelinha onde diz homem que eu Diogo Gonçallvez o corregi e screpvy. = [Lugar do sinal público]» (142).
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(142) [ANTT] — Gaveta 15, maço 3, n.° 10.
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MEMÓRIAS ARQUEOLÓGICO-HISTÓRICAS DO DISTRITO DE BRAGANÇA
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