Trata-se de uma peça que confronta o público com a finitude a que qualquer ser humano está sujeito e que impõe uma pergunta pertinente: Afinal como seria a nossa morte se soubéssemos quanto tempo temos de vida?
O actor Angel Fragua, veste a pele de Vitorino, a personagem principal que faz um monólogo, sobre o que foi a sua vida e sobre a forma como viver o escasso futuro que lhe resta. “O título 22 Beijos foi-me sugerido pelo meu primo dois dias antes de morrer. Eu pensei logo que devia fazer algo, mas qualquer coisa inspiradora. A peça fala mais da vida do que da morte, no fundo, bem como das diferentes formas como as pessoas encaram um disgnóstico destes. Ele dizia que mais importante do que saber quanto tempo tenho de vida é saber se eu quero saber. Ele teve de pensar bem se queria fazer essa pergunta. É uma reflexão sobre tudo isto e sobre as memórias. Desde o momento que nos contou todas as nossas memórias de infância passaram a ter um peso gigantesco na nossa vida porque sabes que não vai haver muito mais futuro. Não podes construir muitas mais”, descreveu Eduarda Freitas muito ligada ao primo. “Ele era uma pessoa muito diferente, muito sozinho. A peça é inspirada nele. E tentei passar a força de vontade que ele teve até ao fim”, acrescentou a autora que revela episódios privados. “Ele tinha um grande humor, um humor negro, até”, frisou.
Sem comentários:
Enviar um comentário