Em 2023 houve quebras muito significativas, por causa do fungo da podridão, e este ano também há pouca castanha. Para já é muito cedo para calcular a percentagem de quebras mas os produtores dizem que o cenário se deve às alterações climáticas. “Há muito menos castanha, derivado a tudo, às alterações climáticas, à vespa, a tudo”, disse o vencedor do primeiro prémio do concurso da castanha, na categoria “longal”, Carlos Maçãs, de Lagarelhos. “Há muito menos, não sei se foi do tempo, do calor, veio um Verão muito quente, e aquela chuva de Junho já foi muito tardia”, disse Maria Lassalete Alves, de Nunes.
Ainda assim, em termos de qualidade, a castanha não podia ser melhor. “Em termos de calibre e qualidade, a castanha é maior e tem boa qualidade”, disse Luís Lopes, jovem agricultor de Vilar de Lomba. “A castanha é boa, mesmo muito boa”, referiu Silvana Nascimento, de Palas, que no concurso da castanha venceu o terceiro lugar na variedade “longal” e o segundo na variedade “judia”.
Vinhais acolheu a 19ª edição da Rural Castanea entre sexta-feira e domingo e no certame não faltou o fruto, que naquele concelho gera cerca de 15 milhões de euros. O presidente da câmara, Luís Fernandes, espera que haja mais castanha nas próximas variedades e diz-se confiante de que o Governo continue a apoiar os agricultores, em anos menos bons de produção. “Aquilo que sabemos é que a quantidade, para já, é menos que no ano anterior mas a qualidade é melhor. Há variedades atrasadas, como o caso da longal, vamos esperar para ver”.
Na inauguração do certame esteve o secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, que lamentou que os produtores sejam os que menos ganhem na cadeia de venda mas que alertou para a necessidade de valorizar o produto, mudando o cenário. “O produtor é o que ganha menos. Quem ganha mais é o transformador ou o comercializador. Na castanha, provavelmente, há compradores internacionais que vêm cá buscar o produto, que a transformam, que têm qualquer método de conservação, e que vão vendê-la a um preço muito mais elevado. Muitas vezes é esta cadeia de valor que nós temos que perceber para que o produto valorize. Ao agricultor não interessa produzir muito e ganhar pouco, interessa ganhar muito com menos produção porque tem menos trabalho”.
A Rural Castanea, em Vinhais, começou na sexta e terminou ontem. Custou mais de 200 mil euros à câmara e contou com o Toy e Bárbara Bandeira, no que toca à animação musical.
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