O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) justifica o atraso com “a mudança de Governo”, mas também pelo facto de ter de estar aliado ao plano nacional de gestão da água que está a ser elaborado por um Grupo de Trabalho criado já pelo atual Governo da AD.
Alfândega da Fé, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Valpaços e Alijó foram algumas das localidades que acolheram, em 2023, reuniões preparatórias deste plano hídrico transmontano para uma avaliação das disponibilidades, dos consumos hídricos e encontrar novos caminhos para a mitigação do problema em estreita articulação entre a administração e os utilizadores.
Foram mesmo criados três grupos de trabalho: um ligado aos sistemas urbanos, outro ligado à agricultura e um outro ligado às questões da governança.
Em agosto de 2023, no final de uma dessas reuniões, em Mirandela, o atual presidente da APA, José Pimenta Machado (desde 2 de Setembro de 2024), na altura vice-presidente, adiantou à comunicação social que o plano deveria estar concluído no final de 2023.
Mais de um ano depois dessas declarações, o agora presidente da APA assume que “houve um atraso, é verdade, mas também houve a mudança de Governo e agora queremos retomar e o nosso objetivo que é acabar até ao final do ano”, disse Pimenta Machado, à margem da inauguração do Centro de Triagem da Resíduos do Nordeste, no final da semana passada.
“Neste momento, o plano está em curso, vamos ter uma quarta reunião muito em breve, que procura acima de tudo dar uma maior resiliência a Trás-os-Montes, percebendo a conjuntura de que o clima está a mudar que vamos ter eventos extremos, com maior frequência e mais intensos, e vamos ter chuva mais concentrada e longos períodos de ausência de precipitação, no fundo queremos preparar o território para isso”, acrescentou.
Aquele dirigente lembrou que o plano deve estar pronto no final deste ano, para coincidir com o plano nacional de gestão da água que está a ser elaborado pelo Grupo de Trabalho, "Água que Une", criado em junho deste ano, pelo atual Governo. “Uma das peças do puzzle para essa estratégia nacional é o plano regional de eficiência hídrica de Trás-os-Montes”, referiu.
O Presidente da APA acrescenta que o documento estratégico terá de conter as respostas a quatro questões: “a água que temos hoje. A água que vamos ter no futuro, em 2050. Quais as necessidades de hoje e do futuro e depois desenhar medidas de curto e médio prazo para assegurar estas necessidades e depois olhar para o tema dos investimentos, percebendo que temos agora o Portugal 2030 que é uma oportunidade para colocar dinheiro onde ele é mais necessário”, contou.
Criar regadio, charcas, mas também medidas de uso eficiente da água, são algumas das estratégias que devem estar vertidas neste Plano Hídrico de Trás-os-Montes.
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