Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)
Pandora, arquétipo e enigma,
beleza infinita da melodia oculta,
relembro teus olhos poentes de outra era…
Guardavam o mistério do que ainda não sabíamos ser
perdidos no silêncio antigo dos deuses adormecidos!
.
Mais do que argila e sopro
foram as tuas mãos suaves que moldaram o Verbo,
fio invisível da língua por vir.
E nas pétalas do teu sorriso primeiro
cresceu a fala de uma primavera
que a humanidade, ainda cega, aprenderia a ver.
Do encanto áureo dos teus lábios nasceu livre o poema,
a chama acesa do afeto,
a palavra grata que enlaça o outro
como abrigo de um eco que persiste no vento
e abre sulcos pelo rasgar do tempo.
foram as tuas mãos suaves que moldaram o Verbo,
fio invisível da língua por vir.
E nas pétalas do teu sorriso primeiro
cresceu a fala de uma primavera
que a humanidade, ainda cega, aprenderia a ver.
Do encanto áureo dos teus lábios nasceu livre o poema,
a chama acesa do afeto,
a palavra grata que enlaça o outro
como abrigo de um eco que persiste no vento
e abre sulcos pelo rasgar do tempo.
.
Tu, Pandora, não trouxeste o medo,
mas a poesia, a arte de renascer
e ofereceste ao homem
a sílaba carregada de ternura,
a voz que ele não sabia ter.
Assim, um verso nascido da pedra,
ao toque do teu eflúvio sorriso brotou
como fogo que arde quedo, mas sereno ilumina
esse murmúrio ancestral de uma rima perfeita,
a raiz primordial guardada no coração da terra,
que no cântico mais profundo se encontrou.
mas a poesia, a arte de renascer
e ofereceste ao homem
a sílaba carregada de ternura,
a voz que ele não sabia ter.
Assim, um verso nascido da pedra,
ao toque do teu eflúvio sorriso brotou
como fogo que arde quedo, mas sereno ilumina
esse murmúrio ancestral de uma rima perfeita,
a raiz primordial guardada no coração da terra,
que no cântico mais profundo se encontrou.
.
Hoje, ante os homens que se curvam
à tua forma invisível,
tu, beleza que não se revela nos espelhos
mas nos espaços vivos entre o dia e a noite,
a tua alma imortal
feita desse lume que nos ascende,
enquanto o caos espreita
por entre os véus do mundo, continuas o alvorecer
do espírito que nos transcende.
Pois dentro de ti,
a força luminosa do abraço fraterno
permanece eco incessante
do que em nós será eterno.
à tua forma invisível,
tu, beleza que não se revela nos espelhos
mas nos espaços vivos entre o dia e a noite,
a tua alma imortal
feita desse lume que nos ascende,
enquanto o caos espreita
por entre os véus do mundo, continuas o alvorecer
do espírito que nos transcende.
Pois dentro de ti,
a força luminosa do abraço fraterno
permanece eco incessante
do que em nós será eterno.
@Lázaro Rios
(heterónimo de Paula Freire)
______________________
criação IA . design #paula_freire_fotografia
Paula Freire - Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021, “Cultura Sem Fronteiras” (coletânea de literatura e artes) e “Nunca é Tarde” (poesia), e da obra solidária “Anima Verbi” (coletânea de prosa e poesia) editada pela Comendadoria Templária D. João IV de Vila Viçosa, em 2023. Prefaciadora dos romances “Amor Pecador”, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021), “As Lágrimas da Poesia”, de Tchiza (Katongonoxi HQ, Angola, 2023), “Amar Perdidamente”, de Mary Foles (Punto Rojo Libros, 2023) e das obras poéticas “Pedaços de Mim”, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021) e “Grito de Mulher”, de Maria Fernanda Moreira (Editora Imagem e Publicações, 2023). .Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."- Bragança e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza.
Sem comentários:
Enviar um comentário