Maria do Carmo Miranda |
Vivia tudo igual. Nos dias de festa comia-se carne assada, frangos e galinhas. O pão em Quintanilha cujo peso era de dois ou três quilos tinha o nome de fogaça. Pesava-se com uma balança romana. Dois arráteis e duas onças faziam um quilo.
Aos pedaços de pão chamavam-se carolos. Oito dias antes dos casamentos fazia-se o paga vinho, com pão, tremoços, amêndoas e vinho. Fazíamos doces: pão-de-ló, económicos, súplicas a arroz-doce com leite de cabra.
Lentilhas eram para as vacas.
No Natal das sobras do bacalhau da noite de Consoada, misturavam-nas com couves cozidas e faziam roupa velha. Nos dias de festa a Mãe matava um coelhinho, comprava um bocado de fralda de cabra e cozinhava-a com arroz ou massa.
Alheiras só as comiam na altura em que eram feitas. Conservava-se a comida na mosqueira, a carne na salgadeira, os salpicões encarrilhavam-se todos num lugar escuro por causa da mosca. Algumas pessoas metiam os salpicões nos farelos de trigo.
Os presuntos se apanhassem couça esfregavam-se com vinagre.
De Pinela vinham as panelas de barro, enchiam-se de pingo. Comprava económicos na Sra. Laurinda, os rebuçados vinham da Régua.
Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança
Sem comentários:
Enviar um comentário