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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 28 de março de 2018

De aldeia em aldeia, os irrequietos Lapantim estão a transformar músicas tradicionais

O projeto Lapantim inspirou-se em Michel Giacometti, que há cerca de 50 anos percorreu o país a fazer registos de músicas do povo.
Chama-se Lapantim e é um projeto de três músicos de Bragança que pretende recolher músicas tradicionais nas aldeias da região e depois dar-lhe uma nova roupagem.

A ideia surgiu de Pedro Cepeda, sócio gerente do bar Praça 16, depois de ter visto um programa sobre recolhas musicais do etnomusicólogo francês Michel Giacometti que há cerca de 50 anos percorreu o país a fazer registos de músicas do povo.

"Depois de ver um programa do Giacometti lembrei-me que podíamos fazer isso também".

Mais que um bar, Pedro Cepeda e o sócio pretendem que seja um espaço cultural. Pedro não é músico por isso lançou o desafio aos músicos Rúben Santos e Cristiano Ramos. "Não foi o Pedro, foi o Lapantim", diz Cristiano, "aceitámos logo. Depois eu e o Rúben pensámos que ficaria bem uma voz feminina e convidámos a Tânia".

E a artista plástica e pintora de iconografia cristã, Tânia Pires aceitou. "Aceitei porque sempre gostei deste tipo de projetos e gosto de música. Está a ser uma aventura".

Uma aventura que, para já aconteceu em duas aldeias do concelho de Bragança. Gimonde e Parada. As pessoas que gravaram com Giacometti já partiram, mas muitas ainda se lembram do francês diz Pedro Cepeda. "Ainda se lembram da carrinha "pão de forma" que trazia".

E quando o Lapantim foi para as duas aldeias surpreenderam-se com a disponibilidade das pessoas de mais idade em colaborar e cantar o que é delas. "Foi interessante ver que o que querem é quebrar a rotina. Só em Gimonde recolhemos cerca de 20 músicas".

Depois os músicos pegaram nessas recolhas e transformaram-nas, acrescenta Cristiano Ramos. "Demos-lhe uma roupagem nova de acordo com as influências musicais de cada um. Já demos um primeiro concerto no bar Praça 16 e as pessoas gostaram. Já estamos a trabalhar no próximo concerto que será no dia 26 deste mês, aqui no bar."

Depois disso querem levar e mostrar o projeto Lapantim a Parada e Gimonde. "Para que as pessoas que nos ensinaram as músicas, as possam apreciar e ao mesmo tempo criticar o que estamos a fazer", acrescenta Pedro Cepeda.

O proprietário do bar termina dizendo que "Lapantim" é um termo transmontano atribuído quase sempre a miúdos irrequietos e "era o que a minha avó me chamada a mim".

Um projeto que nasce no bar Praça 16 mesmo no centro da cidade de Bragança e que se inspira no trabalho etnográfico do francês Giacometti e nas suas recolhas musicais há mais de 50 anos.

O Praça 16, à semelhança do Lapantim promete não ficar por aqui e faz juras de que o espaço há-de intensificar a sua atividade cultural, num jardim ao ar livre, que abrirá lá para maio, e que faz parte do palacete onde está o bar.

Afonso de Sousa
TSF

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