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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 23 de março de 2018

Dizeres e Ditos na Carta Gastronómica de Bragança

Srª. Dona Maria Isabel Vaz Praça, 49 anos, vive em Babe. As pessoas viviam a trabalhar nos campos, cultivavam um bocadinho de tudo, Na casa dela nunca faltou nada.
A Mãe cozia pão de trigo. No Natal faziam uns bolinhos pequeninos. As roscas. Com a massa do pão moldavam estrelas, punha-se-lhes um ovo e iam ao forno.
No dia Réis penduravam-se as roscas numa tábua e punham-se a leilão.
O Pai era negociante, possuía gados, vendia lãs e carnes. As peles dos animais vendiam-se aos peliqueiros de Argoselo.
Bebia-se o leite das cabras. Comiam carne de cabra estufada ou assada no forno. A festa pascal sem cordeiro não era Páscoa.
Outras pessoas costumavam comer leitão assado e folar.
Nas malhas comiam-se cabritos e cordeiros estufados em potes grandes.
Já estava casada quando conheceu a Margarina (Vaqueiro), foram umas senhoras à aldeia fazer-lhe publicidade.
Não havia muito azeite, os de Argoselo vinham vendê-lo, traziam-no em botos (odres).
Peixe, naquele tempo, só se lembra de comer bacalhau. Toda a gente tinha ovos, valiam numa pressa. Faziam-se omeletas, batiam-se três ou quatro ovos, forgalhavam-se bocadinhos de pão e fritava-se tudo.
Não se recorda de aparecerem javalis, como agora aparecem. Havia veados que comiam as folhas dos castanheiros jovens.
Na segada o lume estava aceso todo o dia, cozinhava-se de manhã à noite.
O casamento foi muito triste. Só foram o pai, a mãe e os irmãos. Deram amêndoas à saída da Igreja. Comeram cordeiro, não tiveram doces.

Carta Gastronómica de Bragança
Autor: Armando Fernandes
Foto: É parte integrante da publicação
Publicação da Câmara Municipal de Bragança

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