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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 27 de março de 2018

SISTEMATIZAR O CONHECIMENTO

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas..."

Certa ocasião, estando na aldeia de minha mãe, a veranear, fui convidado por abastado lavrador, casado com jovem professora, para ir almoçar a sua casa.
Durante a refeição, esta, reparando que olhava para antigo relógio de pêndulo, que estava suspenso da parede, voltou-se para mim, e disse-me contristada:
- “ Nunca está certo! Adianta-se muito… Já o levei a relojoeiro. Anda certo, uns dias…mas volta ao mesmo.”
Expliquei-lhe: os relógios de parede, acertam-se, encurtando ou alongando o pêndulo. Basta um pouco de paciência e tempo, e o relógio dará horas certas.”
- “ Mas isso é a Lei do Pêndulo! …Aprendi em Bragança! …” – exclamou atónita a jovem.
A professora tinha aprendido, no liceu, entre outras disciplinas, a Física. Fora – segundo soube, – excelente aluna, mas mostrava-se incapaz de utilizar os conhecimentos que adquirira.
Como ela, muitos de nós, somos simples repetidores do que aprendemos. Somos gravadores. Papagueamos o que nos ensinam; mas somos incapazes de utilizar o que aprendemos e decoramos.
Pouco interesse há, em acumular “ saber”, se não conseguimos, depois, usar esse conhecimento na vida.
Muitos, que são conhecidos como sapientes, não passam de “contadores”, de muitas gavetinhas. Cada compartimento, está repleto de “saber” de determinada matéria; mas, como são incapazes de ponderar e raciocinar, nenhum proveito obtêm desse amontoado de “saber”. São enciclopédias ambulantes…; incapazes de sistematizar o conhecimento adquirido.
Podem passar por sábios; acumular graus académicos; mas nada disso lhes servirá para a vida, porque: quando deparam um problema, uma dificuldade, não conseguem recordar o que a memória reteve.
Essa professora, tinha estudado, recentemente Física. Sabia na ponta da língua, toda a matéria, que lhe ensinaram, mas era inábil para acertar o relógio de pêndulo! …
Eu sei, por experiência própria, que cada um tem que ser autodidata. Aprender, atualizar-se, constantemente. Cada qual, deve assimilar, principalmente, o que for útil e vantajoso para a profissão ou para a vida quotidiana.
A escola educa o intelecto; ensina a pensar; e fornece meios, para pesquisar e progredir nos estudos.
Dá “asas” para voar livremente; mas só voa, quem quer; quem, depois de obter o diploma, continua a educar-se, a progredir, consoante os interesses e necessidades.
Saber a lei do pêndulo, não basta, é preciso saber aplicá-la.

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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