NAVALHO fica situada a cerca de 22 km de Mirandela, a cujo concelho pertence, para o seu lado Sudoeste. Dista 5 km da estação de Abreiro, e fica num Vale a 3 km a Noroeste da margem direita do Rio Tua. O nome de Navalho poderá ter origem em Nabo, Nabalho, e o seu termo foi habitado pelo homem da pré história há já milhares de anos, como nos leva a acreditar o sítio da Anta. Tem como orago N.ª Sr.ª da Purificação, e o Vigário, era da apresentação do Comendador de Malta de Poiares, no Termo da Vila de Abreiro. Pertenceu, contudo, ao concelho de Lamas de Orelhão, até que este acabou em 31 12 1853, passando então para o de Mirandela.
A sua população em 1950 era de 267 habitantes. Só que em 1991 ficava se pelos 119, mas, no censo de 2001 apresentava 130 residentes, o que é de surpreender dadas as suas
características de localização no fundo de um vale de íngremes encostas e ainda algo distante da cidade de Mirandela.
A agricultura é bastante tradicional, dada a constituição dos seus terrenos, praticamente distribuídos por montes, vales pouco alargados e encostas. Têm muita batata, hortaliças, pessegueiros, azeite. Contudo, a floresta domina o seu termo, com plantações de eucalipto a multiplicarem se a olhos vistos.
Em 1995 ainda se via por lá: 1 pombal com pombas, 3 pastores sendo 1 de cabras e dois de ovelhas, 1 forno de cozer o pão que parece condenado a desaparecer para dar lugar a outro edifício público, 1 lagar de azeite, 1 café, 1 mercearia, 3 lagares de vinho, 3 carroças e outros tantos tractores. Tinha Escola Primária com duas salas e duas casas de banho. Um professor leccionava lá os 9 alunos distribuídos por todas os anos (classes): no 1.° eram 3 alunos, nos restantes anos, dois alunos em cada.
Possui no seu termo o lugar da Quinta onde não vive ninguém, bem como a Quinta do Bairral, e ainda outra, a Quinta da Figueira Alba, onde habitam 2 pessoas. A Rua da Figueira Alvar que vai ter aos tanques, os baloiços das crianças, as ruas do Fundo do Povo cimentadas, as outras empedradas, com pedra miúda irregular, caracterizam o povoado. A rua principal, desde a entrada até ao fundo da aldeia, é o único núcleo central da vida local. Lateralmente tem, logo à entrada, a Igreja Matriz, baixa, com Torre sineira simples de dois sinos. Defronte, e após passar uma espécie de portão aberto como se fosse uma quinta nobre com uma ave em cima de cada muro lateral, está um pequeno jardim com umas rodas graníticas: as mós de um moinho de azeitona. A seguir, mais à frente, fica o Cruzeiro, e, ao fundo a Capela do Santo António. Mas o Ribeiro, a Fonte do Paço (em baixo), a Fonte da Frieira (em cima), o Tanque do Cruzeiro para os animais, dão lhe um ar mais rural. É no Largo do Cruzeiro ou junto do café que se reúnem os locais para conviver nos tempos de lazer. Às vezes, sentam se nos bancos de pedra que há nalgumas casas, virados para a rua. O Fundo da Aldeia, junto da Capela, é outro local frequentado. A Festa do Cristo Rei só é feita de quando em vez. Em 1995 já há cerca de 4 anos que não era realizada.
In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.
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