Foto: Paulo Ricca |
Fonte oficial daquela entidade disse ao PÚBLICO que “até ao dia de hoje não foi interposto qualquer processo de licenciamento para operador ferroviário no âmbito do referido projecto [turístico do vale do Tua]”. O IMT refere ainda que é da sua competência “emitir um certificado de segurança ao operador ferroviário, que aprova o sistema de gestão de segurança para a operação ferroviária a realizar na linha do Tua, assim como a existência de regras operacionais, material e pessoal habilitado para a realização da mesma”.
O PÚBLICO perguntou à Douro Azul quando espera ter o material circulante homologado e iniciar o serviço turístico na linha do Tua, mas fonte oficial da empresa respondeu que “o Dr. Mário Ferreira não tem comentários a fazer neste momento”.
No entanto, o empresário tem evidenciado nas redes sociais algum desagrado pela burocracia necessária à legalização da operação ferroviária. E tem também publicitado imagens do seu comboio turístico a fazer testes e ensaios, os quais, segundo o PÚBLICO apurou, não têm corrido muito bem porque as carruagens foram compradas sem ter em conta um conjunto de especificidades obrigatórias para a linha onde vai operar.
Por sua parte, o IMT diz que compete a este instituto “a concessão de autorização para a entrada em serviço de veículos ferroviários, a qual depende da demonstração de que os mesmos foram concebidos, construídos e instalados de modo a observarem os requisitos que se lhes apliquem e da sua compatibilidade com a infraestrutura”.
O comboio comprado pela Douro Azul para operar no Tua foi alvo de alguma polémica, em Dezembro de 2016, por parecer um comboio do Texas e nada ter a ver com a memória colectiva da ferrovia portuguesa e nordestina. Na altura, e para se defender das acusações de que se tratava de um comboio parecido com os dos parques de diversões, Mário Ferreira anunciou que iria recuperar a reactivar uma velha locomotiva a vapor da CP “para operar em algumas actividades que reforçam a identidade daquela linha [do Tua]”.
No entanto, o PÚBLICO apurou que o empresário apenas mandou pintar e embelezar essa locomotiva a fim de servir de monumento, não estando prevista que esta venha a circular.
Já este ano, aquando da polémica gerada pela venda para sucata de locomotivas e carruagens históricas da CP, Mário Ferreira anunciou nas redes sociais que iria “tentar salvar algum desse material”. Mas até à data não contactou a CP nesse sentido. E ao PÚBLICO respondeu que não tinha comentários a fazer.
Carlos Cipriano
Jornal Público
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