MÚRIAS é uma freguesia do concelho de Mirandela, situada a cerca de 16 km da sede de concelho, e a 8 km da Torre de D. Chama. Tem como orago o S. Martinho. Pertenceu a este concelho até 24 10 1855, data em que passa a ser administrada pelo de Mirandela.
Religiosamente foi da apresentação do Reitor de Ala e pertenceu à Comenda do mesmo título, passando a Reitoria. No Diário do Governo de 1902 vem a portaria que aprova o plano de lavra de uma mina de chumbo naquela freguesia. O termo desta freguesia é isolado das vias mais movimentadas do concelho, como é o caso da estrada Torre /Mirandela, pelo que a sua interioridade e abandono são facilmente identificadas.
Na década de 60 havia ali 2 lagares de azeite, 1 fabricante de telha e tijolo, 2 mercearias, I minas de estanho, 2 professores e três proprietários abastados. Vejamos por exemplo a diminuição das suas gentes: em 1950 somava 673 habitantes, em 1991 eram 453 e em 2001 apenas 353, sendo 178 do sexo masculino. Os que ali residem trabalham os seus terrenos, e produzem abundantemente azeitona, batatas, frutas, algumas hortaliças e vinho. Em termos pecuários há 4 rebanhos de ovelhas e 1 de cabras.
A sede de freguesia, Múrias, tem um edifício da Junta que é novo, e situa se ao lado da Capela da Sr.ª dos Anjos, que tem um alpendre aprazível. A rua principal atravessa a pelo meio, e tem o Largo de Terreiro onde se juntam as pessoas aos domingos e dias santos e onde costumam ainda jogar o chino. A rua dá seguimento para o povoado de Regodeiro. A Fonte do Povo ou não funciona ou não dá água suficiente, o mesmo acontecendo com as torneiras do chafariz que andavam sempre avariadas, tal como a bomba de água em meados dos anos 90 do século XX. Têm escola primária, o campo de futebol, um único café, realizam bailes domingueiros, principalmente a juventude. A Capela de S. Paulo degradou se com o tempo e o desprezo das gerações. A sua Igreja Matriz é o monumento que mais se destaca no meio do casario, para a parte superior da povoação. É simples, rústica, granítica e de torre sineira simples. As suas anexas são todas de poucas habitações e pessoas. Couços, Regodeiro, Gandariças e Vale de Prados, não passam de reduzidos aglomerados exclusivamente rurais que se mantiveram graças a uma agricultura de subsistência.
Vale de Prados de Ledra chamava se assim porque existia na Terra de Ledra e para distinguir de Vale de Prados de Macedo de Cavaleiros. O Orago era Santo André. O povoamento local é muito anterior à nacionalidade. A Paróquia foi instituída pela abadia de Guide depois do século XV na ermida local dedicada ao apóstolo. Foi unida a Múrias depois da extinção da paróquia (cerca de 1834).
In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.
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