O fumeiro de Vinhais movimenta anualmente cerca de seis milhões de euros e dá emprego a perto de 300 pessoas em postos de trabalho directos e indirectos quer sejam os produtores, empresas de controlo de qualidade, restaurantes, entre outros agentes económicos. Receitas que são consideradas muito importantes pelo presidente da Câmara, Américo Pereira, “que o considera um dos negócios mais rentáveis do concelho”.
Actualmente há em Vinhais mais de 73 unidades licenciadas para a produção de enchidos e dezenas de pocilgas, dispõem também de um matadouro, especializado no abate de suínos, que foi concebido a pensar na raça bísara, onde trabalham 14 pessoas. “É um abate de qualidade, onde o porco não vai ao escaldão, nem é depilado com pás, aqui a carcaça é chamuscada e por isso fica mais caro”, explicou Carla Alves, directora da Feira do Fumeiro. Na Feira do Fumeiro, a maior montra dos enchidos da região, comercializa-se apenas entre dois ou três por cento da produção total anual, estimando-se que em quatro dias se venda a produção resultante do abate de 400 a 500 porcos, ou seja 40 toneladas de produtos derivados, na maioria certificados como denominação de origem protegida.
A maior parte da produção é comercializada nos próprios produtores. Este ano realiza-se a 32ª edição da Feira do Fumeiro, entre os dias 9 e 12 de Fevereiro, considerado um dos maiores certames de enchidos do país. No ano passado passaram por este evento 50 mil pessoas, número semelhante se prevê desta vez.
O autarca local não teme a crise. “No ano passado não se notou, uma vez que se tratam de produtos muito específicos e muito procurados por pessoas que se deslocam propositadamente para os adquirir”, afirmou. O aumento do IVA ainda não se reflecte nos enchidos que mantém os mesmos preços de 2011, 40 euros o quilograma de salpicão DOP e 30 euros a chouriça DOP. A feira anima a região.
O alojamento hoteleiro do concelho, cerca de 200 camas, já está lotado para aquela data e Américo Pereira diz que a procura se reflecte nos concelhos vizinhos, nomeadamente em Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela. O fenómeno das excursões organizadas está a aumentar e a Câmara foi obrigada a providenciar um parque para o estacionamento de autocarros. A Feira do Fumeiro de Vinhais ocupará uma área de 25 mil metros quadrados distribuídos por vários pavilhões.
A edição deste ano vai contar com a presença de 83 produtores de fumeiro, dos quais 15 são de fora do concelho. No pavilhão do fumeiro estarão os produtores individuais, as cozinhas regionais, as unidades industriais e três restaurantes. “Todos têm de utilizar na confecção dos enchidos carne de porco de raça bísara proveniente de animais abatidos em matadouro. Apenas o tempero será diferente”, explicou Carla Alves, que considera que o certame é uma feira do fumeiro realizada em Vinhais.
Mantém-se o pavilhão gourmet, desta feita com 45 expositores, de vários produtos, como vinhos, queijos, compotas ou doçaria. Este ano as tasquinhas vão ficar na mesma tenda que os espectáculos, uma grande espaço climatizado. No pavilhão do artesanato estarão 85 stands de artesanato e empresas locais. A grande aposta da organização vai para as actividades tauromáticas, nomeadamente uma corrida de touros e chegas de bois, e equestres, com o primeiro passeio equestre - Rota do Fumeiro. Paralelamente decorrem concertos, com bandas conhecidas como os Amor Electro, The Happt Mess e Banda Norte. Um vasto rol de actividades que levam Américo Pereira a afirmar que se trata “de um grande acontecimento no Norte do país pelo número de visitantes, pela tipologia dos visitantes e pelo programa”. A promoção da feira está a ser feita na internet e através das redes sociais.
Por: Glória Lopes
in:mdb.pt
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