sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Atribuição da chancela DOP ao cordeiro mirandês peca por ser tardia

A Câmara de Miranda do Douro considerou hoje que a atribuição da chancela de Dominação de Origem Protegida (DOP) por parte da Comissão Europeia (CE) ao cordeiro mirandês "peca por ser tardia".
"A carne de cordeiro mirandês já estava aprovada e reconhecida por despacho do Estado português desde 05 de novembro de 2009 e lamentavelmente foram precisos três anos para que esta carne de qualidade superior fosse aprovada pela CE", disse Anabela Torrão, vereadora do município de Miranda do Douro.
A também ex-secretária técnica da Associação de Curadores de Raça Churra Garela Mirandesa acrescentou que, finalmente, há o "reconhecimento" deste património genético do planalto mirandês, sendo encarado como um "louvor" ao trabalho dos criadores, dos técnicos e de toda a associação de produtores daquela raça.
"De futuro, vemos vantagens para a economia local, dada a qualidade da carne, já que só um produto de qualidade superior consegue a qualificação de DOP por parte da CE", disse.
A criação de animais de raça Churra mirandesa poderá ser, a partir de agora, "uma opção" para os produtores pecuários da região, com incidência nos mais jovens.
Agora, será preciso dar passos em frente e comercializar o cordeiro mirandês em grande escala, para que os jovens agricultores se possam fixar à terra e ter condições para continuar a manutenção de uma raça autóctone que tem um efetivo que ronda os 6.500 animais.
Com a "crise que vive no setor agrícola", será importante passar à fase de constituição de uma fileira para a comercialização do produto, sempre com supervisão de uma entidade certificadora e fiscalizadora que garanta a qualidade e a origem da carne de ovino mirandês.
A CE acrescentou este produto pecuário português à lista dos produtos endógenos com DOP.
O "cordeiro (Canhonho) mirandês", de raça Churra Galega Mirandesa divide-se em três categorias, consoante a idade e o peso, pesando as carcaças entre quatro e sete quilos na categoria A (30 dias de idade), entre 7,1 e 10 na B (60 dias) e de 10,1 a 12 na C (120 dias).
Além da raça do ovino, a sua particularidade deve-se ao facto de ser alimentado naturalmente, em campos abertos e pastoreado de forma tradicional nos concelhos do planalto mirandês, de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.

FYP (IG) // SSS.
Lusa/fim

1 comentário:

  1. Para uma comunidade como a Mirandesa é uma ótima notícia e uma qualificação que irá ter mais valias.
    Temos de ser nós, e não podia ser de outra forma, ir encontrando os investimentos que posam suportar e desenvolver a região.

    ResponderEliminar