Jornal Nordeste (JN) – O início do ano lectivo começou de forma conturbada com o atraso nas colocações dos professores. Estes problemas a nível nacional reflectiram-se no Agrupamento Miguel Torga?
José Carrapatoso (JC) – Não. O Agrupamento de Escolas Miguel Torga começou o ano com todos os professores colocados e com todos os professores a trabalhar, porque mais de 90 por cento dos docentes são do quadro do agrupamento, apenas foram colocados quatro professores contratados e esses professores foram colocados na altura devida, saíram nas listas de 9 de Setembro e apresentaram-se.
E portanto começámos as aulas e todos os alunos tinham professores. Todas as turmas têm pelo menos um professor em todas as áreas.
A grande aposta da comunidade, dos órgãos de gestão e dos professores, dos funcionários, dos pais e dos alunos, que são a parte fundamental, é tudo fazer para manter os excelentes resultados que tivemos no ano passado. Cada turma do secundário tem para além do seu horário mais três horas de apoio às disciplinas com avaliação externa de apoio para preparação para exames desde o início, para que quando chegar a altura dos exames eles vão bem preparados. Portanto, estamos muito confiantes.
JN – Há escolas no distrito de Bragança que têm falta de assistentes operacionais. Este problema também se verifica no Agrupamento Miguel Torga?
JC – Os nossos assistentes operacionais são uns heróis, porque se todas as escolas do agrupamento estão unidas num trabalho para que nós sejamos perante a cidade de Bragança o agrupamento de referência, em que trabalhamos articuladamente, e os alunos e os professores e funcionários sentem como fazendo parte de um agrupamento e não de uma escola, os nossos assistentes operacionais da forma como recebem os alunos e tratam as famílias, a forma personalizada como eles trabalham, merecem um louvor especial, porque por um lado trabalham muito bem e por outro lado são poucos. Pelo facto de se terem reformado ultimamente alguns funcionários e porque alguns estão doentes neste momento estamos com alguns problemas em relação aos assistentes operacionais. Mas tudo faremos das tripas coração para resolver esses problemas. Mas, mais quatro ou cinco funcionários eram muito bem vindos, que equivale aos funcionários que se reformaram ultimamente.
JN – Há dois anos, com a constituição do Agrupamento, a Miguel Torga passou a ter todos os níveis de ensino, desde o pré-escolar até ao secundário. Esta integração já tem reflexos positivos em termos de aprendizagem dos alunos?
JC – O casamento da Escola Secundária Miguel Torga com o Centro Escolar de Santa Maria foi um casamento feliz, não esquecendo também a escola de Quintanilha e o Jardim-de-Infância de Gimonde. A forma de trabalhar não foi preciso fazer nenhum esforço para adequar a concepção de ensino que havia na Escola Secundária Miguel Torga para a concepção de ensino endémico do Centro de Saúde de Santa Maria.
A articulação do trabalho dos docentes do Centro Escolar de Santa Maria com os docentes da Escola Secundária Miguel Torga e os resultados têm vindo ao de cima. Os melhores resultados no 1.º, 2.º e 3.º Ciclos e Secundário.
Ser o agrupamento e escola de Bragança que apresenta os melhores resultados generalizadamente e na prova internacional de inglês não deixa de ser, parece a mim, um caso de estudo e um caso sério de reflexão que acaba por justificar a quilo que eu digo que nós estamos a caminhar a passos largos para sermos um agrupamento de referência. A forma de trabalho e a distância a que estão as escolas são as condições ideais para a constituição dos agrupamentos.
in:jornalnordeste.com
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