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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Miradouros da Raia: Penedo Durão (f. de Poiares, c. de Freixo de Espada à Cinta, Douro Internacional)

Barragem de Saucelle vista do Penedo Durão
No concelho de Freixo de Espada à Cinta, na freguesia de Ligares, no Douro Internacional, encontrámos um belíssimo miradouro conhecido como Penedo Durão, situado a 727 metros de altitude. O miradouro configura-se como uma escarpa que cai quase a prumo para os lados da margem direita do Douro, na sua secção internacional, contrastando com o suave declive do planalto em que está situada a aldeia de Poiares, freguesia em que se insere o Penedo.

A freguesia inteira merece uma visita, tanto pela possibilidade de dar um passeio pela aldeia de Poiares, bem como pela existência de paisagens invulgares, de domínio de quartzitos, nos quais é possível observar a disposição dos materiais sedimentários do Paleozóico em dobramentos que a acção erosiva deixou ao descoberto, nomeadamente o chamado «sinclinal de Poiares». Aliás, e um bom lugar para quem goste da observação de aves, designadamente rapaces.

O penedo permite a observação de ambas as margens do Douro, no Douro Internacional. Do lado transmontano, o Planalto Mirandês foi substituído progressivamente por pequenos planaltos encerrados entre montanhas que, à beira do Douro, dão lugar a paisagens de arribas muito íngremes, como é o caso do Penedo Durão, que realmente não se eleva muito em relação ao planalto situado nas suas costas dado que este fica entre os 550 e os 650 metros. A beira-Douro encontramos já as clássicas paisagens em socalcos do Alto Douro Vinhateiro, com pequenas quintas que aproveitam um micro-clima especial, muito mais quente e resguardado dos rigores invernais em que a amendoeira e a oliveira florescem mais cedo lá onde o terreno não é apropriado para a cultura da videira. 

Do lado de Salamanca contrasta a escassa utilização do solo a nível do rio, existindo apenas uma pequena aldeia, hoje centro de férias chamada Aldeaduero, na foz do Huebra, que foi construída aquando da construção do «Saltinho», isto é a Barragem de Saucelle, a última das barragens do Douro Internacional, antes de entrar inteiramente em Portugal, para além de uma pedreira numa escalvada montanha situada perto da Fregeneda, a última estação espanhola da linha que ligava o Porto com Salamanca e que fora desactivada na década de oitenta do século passado. Para lá da zona das arribas, podemos observar uma extensa paisagem planáltica que se estende de Lagoaça até Barca d'Alva, pertencente à chamada peneplanície zamorano-salmantina, na parte ocidental da Meseta central, incluindo as terras de Ribacôa. De facto, é possível observar o outeiro em que está situada a aldeia de Castelo Rodrigo e a Serra da Marofa, a mais de 50 km. de distância pela estrada fora. A paisagem, no entanto, muda radicalmente, já que ao lado de espécies como o carvalho negral, o pinho e o castanheiro, encontramos outras mais meridionais como a azinheira que anunciam já uma particular paisagem de montado com certas similaridades com o Alentejo, se bem que adaptada aos rigores particulares dos frios do Inverno e dos calores do Verão.

Sem dúvida, um miradouro para dar um passeio de meia tarde ou numa rota em combinação com outros como o das Alminhas, Colado, Carrascalinho e Cruzinha, todos eles sem sair do concelho de Freixo de Espada à Cinta. E é claro, visitar a vila e as aldeias, sem deixar de comprar alguns dos produtos locais, entre os quais recomendo o azeite e o vinho de uma cooperativa do concelho.

in:historiasdaraia.blogspot.pt

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