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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O limite mais oriental de Portugal/Lhemites: L lhemite mais ouriental de Pertual

Barragem de Castro vista do miradouro de Paradela
Têm-se falado muito estes dias do Inverno especialmente chuvoso que está a assolar a Península Ibérica. Certamente é uma realidade sobretudo desde o mês de Dezembro em que não tem parado de chover. Os rios transbordam e estão a galgar em algumas localidades, designadamente os nossos rios principais como o Minho, o Douro, o Tejo e o Guadiana.

A pensar num novo 'post' para o blogue, lembrei-me de que recentemente tinha passado pela Terra de Miranda e a região zamorana de Aliste, onde o Douro ia bastante crescidinho já na altura. É por isso que aproveito para matar dois coelhos de uma cajadada e falo não apenas do tempo, mas também da região mais oriental de Portugal: o entroncamento entre a Ribeira de Castro e a Barragem de Castro de Alcañices, na freguesia de Paradela, em Terra de Miranda.

A barragem de Castro marca o início das chamadas Arribas do Douro, do lado de Espanha, e o Douro Internacional, do nosso, se bem já temos uma paisagem de arribas muito antes de o Douro chegar a Portugal, designadamente da confluência do Esla com o Douro que foi, aliás, o limite do reino de Portugal no reinado do nosso primeiro rei D. Afonso Henriques, visto que o arcediagado de Aliste pertencia à arquidiocese de Braga, que tinha disputado o território à diocese de Astorga. Pelos vistos a demarcação da fronteira continuou nesse ponto até 1160, aquando da Conferência de Celanova, se bem a perda completa da região alistana parece ter sido definitiva no início do século XIII, quando começamos a ver tenentes leoneses em Alcanices. Mas a parte mais espectacular das arribas começa aqui, na linha de fronteira até Barca d'Alva, depois de ter passado cinco barragens (Miranda, Picote, Bemposta, Aldeadávila e Saucelle), as três primeiras portuguesas e as duas últimas espanholas, mas todas elas caracterizadas pela sua espectacularidade.

E depois de dito isto, pouco tenho mais a dizer a não ser desfrutar das vistas que oferecem as fotografias, já que elas falam mais do que eu possa expressar com palavras. De visita obrigatória para quem esteja a explorar a região!

Finalmente, em honra à nossa língua mirandesa, que faz também parte do nosso património cultural português, ofereço o mesmo texto em mirandês (com tradutor automático). Peço antecipadamente desculpa se algum leitor de língua materna mirandesa achar erros. Todas as correcções serão bem-vindas.

Em mirandês:

Ténen-se falado mui estes dies de l Ambierno specialmente chubioso que stá a assolar la Península Eibérica. Cierta minte ye ua rialidade subretodo zde l més de Dezembre an que nun ten parado de chober. Ls rius trasbordan i stan a galgar an alguas lhocalidades, zeignadamente ls nuossos rius percipales cumo l Minho, l Douro, l Teijo i l Guadiana.

A pensar nun nuobo 'post' pa l blogue, lhembrei-me de que recentemente tenie passado pula Tierra de Miranda i la region zamorana de Aleste, adonde l Douro iba bastante crecidinho yá na altura. Ye por esso qu'aprobeito para matar dous coneilhos dua cajadada i falo nun solo de l tiempo, mas tamien de la region mais ouriental de Pertual: l'antroncamiento antre la Rieira de Castro i la Barraige de Castro de Alcañices, na freguesie de Paradela, an Tierra de Miranda.

La barraige de Castro marca l'ampeço de las chamadas Arribas de l Douro, de l lhado de Spanha, i l Douro Anternacional, de l nuosso, se bien yá tenemos ua paisaige d'arribas mui antes de l Douro chegar la Pertual, zeignadamente de la cunfluéncia de l Sla cul Douro que fui, aliás, l lhemite de l reino de Pertual ne l reinado de l nuosso purmeiro rei D. Fonso Heinriques, bisto que l'arcediagado de Aleste pertencia a l'arquidiocese de Braga, que tenie çputado l território a la diocese de Astorga. Puls bistos la demarcaçon de la frunteira cuntinou nesse punto até 1160, aquando de la Cunferéncia de Celanoba, se bien la perda cumpleta de la region alistana parece tener sido defenitiba ne l'ampeço de l seclo XIII, quando ampeçamos a ber tenentes lheoneses an Alcanhiças. Mas la parte mais spetacular de las arribas ampeça eiqui, na lhinha de frunteira até Varca d'Alba, depuis de tener passado cinco barraiges (Miranda, Picuote, Bempuosta, Aldeadábila i Saucelle), las trés purmeiras pertuesas i las dues radadeiras spanholas, mas todas eilhas caratelizadas pula sue spetacularidade.

I depuis de dezido esto, pouco tengo mais a dezir la nun ser çfrutar de las bistas qu'ouferecen las retratos, yá qu'eilhas falan mais de l que you puoda spressar cun palabras. De bejita oubrigatória para quien steia a splorar la region!

in:historiasdaraia.blogspot.pt

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