Em comunicado enviado à imprensa a Comissão Política do Partido Socialista de Macedo de Cavaleiros acusa a Governo e da Administração da ULS-nordeste de pretender encerrar a Unidade de Convalescença do Hospital de Macedo de Cavaleiros já no final deste ano.
A Comissão Política do Partido Socialista de Macedo de Cavaleiros denuncia publicamente “ a sua perplexidade” sobre o que consideram ser “um claro ataque do Governo e da Administração da ULS-nordeste aos Transmontanos e em especial aos utentes do Hospital de Macedo de Cavaleiros”.
Em comunicado enviado à imprensa os socialistas denunciam e tornam pública a sua inquietação face ao possível encerramento da Unidade de Convalescença da Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros, marcado para o último dia deste ano de 2014, e que segundo os socialistas a sua existência “é fundamental para as populações, sendo absolutamente incompreensível o seu encerramento”.
No comunicado, os socialistas macedenses lembram que a Unidade Convalescença foi implementada no ano de 2009, pelo então governo do PS e “por se ter a noção da sua necessidade”, o que levou a um investimento, na altura, que rondou “dois milhões de euros para a sua instalação”. Uma unidade que presentemente conta com 18 camas e “tem uma taxa de ocupação de quase 100% e com permanente lista de espera”, referem os socialistas no seu comunicado à imprensa.
A Unidade de Convalescença do hospital de Macedo de Cavaleiros é a única que existe nos distritos de Bragança e Vila Real, ficando aquém das necessidades consideradas como normais face ao número de habitantes que actualmente habitam os dois distritos da região de Trás-os-Montes e Alto Douro. “Se tivermos em conta um rácio de 24 camas por cada 100.000 habitantes (aconselhado pela Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados) facilmente chegaremos à conclusão que, só para o distrito de Bragança, que tem cerca de 135.000 habitantes, seriam necessárias 32 camas”, escrevem os socialistas no seu comunicado.
Tendo em conta esses números, o PS local considera que “o que é necessário é alargar o número de camas disponibilizadas no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e jamais encerrar este tipo de serviços, muito menos no Nordeste Transmontano que é reconhecidamente uma das zonas do país com população mais envelhecida e mais isolada”, sublinham e ao mesmo tempo interrogam “porquê então o seu encerramento? Quais os objetivos e a quem beneficia?”.
A concretizar-se este encerramento serão afectados cerca de 20 profissionais de saúde que poderão deixar, conjuntamente com as suas famílias, esta região já de si tão abandonada e num acelerado e preocupante processo de desertificação de efectivos humanos. “Este encerramento implicará, para os habitantes desta região, mais um recuo na sua já tão diminuta qualidade de vida no que diz respeito á prestação de cuidados de saúde”, reforçam os socialistas.
Este encerramento, caso se concretize, constituirá, no entender do PS de Macedo de Cavaleiros, mais uma medida que generaliza a perda de valências médicas na região. “Nos últimos anos temos vindo de forma continuada a perder valências médicas, tanto no Hospital de Macedo de Cavaleiros como nos restantes Hospitais e Centros de Saúde da região. O interior está cada vez mais despovoado, e ficará ainda mais com o encerramento destes serviços”, referem .
Por último, e em forma de indignação, a Comissão Política do PS de Macedo de Cavaleiros pergunta “quando é que o governo perceberá que somos Portugueses com os mesmo direitos que os restantes? Quando é que o governo conseguirá entender que a destruição de uma equilibrada ocupação do território só traz mais problemas às grandes cidades? O que pensa fazer o governo quando já aqui não houver ninguém?”.
A denúncia inicial do encerramento da Unidade de Convalescença de Macedo de Cavaleiros partiu do presidente da Federação Distrital do Partido Socialista, Mota Andrade, que diz que teve acesso a informação interna da ULS Nordeste e que sabe, de fonte segura, que esta unidade tem os dias contados.
António Marçôa, presidente da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULS), já garantiu, em declarações ao Jornal de Noticias, que a unidade não fechará, será é convertida em unidade de cuidados paliativos, absorvendo todos os funcionários que neste momento se encontram afectos à actual Unidade de Convalescença do Hospital. Esta alteração implica, ainda segundo as declarações de António Marçôa ao citado diário, que os serviços de convalescença passem a ser prestados ao domicílio e os doentes de longa duração encaminhados para os cuidados continuados. Segundo o presidente da ULS trata-se apenas de uma reconversão.
in:noticiasdonordeste.pt
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