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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Igreja de Fontes Transbaceiro corre risco de ruir

A igreja de Fontes Transbaceiro, no concelho de Bragança, corre o risco de ruir. Há pouco mais de um ano uma parte do muro que delimita o adro da igreja caiu e desde essa altura tem havido um deslizamento de terras que coloca em risco a sustentabilidade do edifício.
Os sinais de derrocada começam a ser visíveis. Mas os problemas desta igreja não ficam por aqui. O interior há 58 anos que não é intervencionado. A humidade e as infiltrações de água, que só ficaram resolvidas com a substituição do telhado há cerca de quatro anos, provocaram danos nas paredes e no soalho. 
A população da aldeia lamenta o estado em que esta igreja se encontra e teme pela segurança de quem a frequenta. “Eu tenho medo que as fissuras que se começam a ver entre a derrocada e as paredes da igreja possam entrar nos alicerces e, então, seria a desgraça total. O soalho está completamente podre, está todo carcomido, as paredes estão uma lástima. Antes de pormos o telhado novo, tal foi a humidade que entrou, que nasceram cogumelos no altar de Nossa Senhora”, conta Maria da Conceição Ferreira. 
Pedro Ferreira, o juiz da comissão fabriqueira refere que com o dinheiro que conseguiram amealhar e algumas verbas disponibilizadas pela Câmara Municipal foram feitas obras mais urgentes, como o caso do telhado e a requalificação do adro. Pedro Ferreira refere que o objectivo era remodelar o interior do templo, mas a prioridade, agora, é refazer o muro. Obras para as quais não têm verbas. 
O juiz da comissão fabriqueira de Fontes Transbaceiro acredita que, na altura em que se procedeu ao calcetamento do adro da igreja, o sistema de escoamento de água não terá sido feito nas melhores condições, o que pode ter provocado a derrocada do muro.“Houve um enchimento bastante acentuado na parte de trás da igreja para fazer com as águas corressem para a parte da frente. Na minha opinião, devido a isso e aos cilindros que circularam por aqui e ao abatimento da terra, existirá um problema estrutural. Ainda não tínhamos dinheiro suficiente para resolver um problema, deparámo-nos com outro ainda pior porque neste momento a igreja está em risco de ruir. O buraco já está a dois ou três metros da igreja e todas as semanas aumenta. Será uma obra de milhares de euros pois é necessário deitar o muro todo a baixo e fazê-lo de novo” , constata Pedro Ferreira.
 O pároco de Fontes Transbaceiro afirma que tudo tem feito para solucionar o problema e espera sensibilizar as entidades competentes para que possam apoiar a obra. O padre Estevinho Pires lamenta que este templo se encontre em mau estado de conservação e corra mesmo o risco de desaparecer. “Estamos a falar de um património que é urgente preservar, primeiro para que não deixemos afectar as estruturas do edifício, que estão em risco. O muro tem para cima de seis metros de altura, está adossado a um antigo cemitério e a movimentação de terras pode por em perigo a própria igreja. Não é um património muito valioso, tem valor sentimental, mas tem alguma originalidade e alguma beleza. Há aqui peças únicas, desde um relógio, aos próprios altares, do século XVI e XVI, com talha nacional e um presépio com a sua maquineta… Há aqui peças invulgares que mereciam a visita das pessoas e que merecem a sensibilidade de quem nos puder ajudar” , Nuno Diz, o presidente da Junta de Freguesia do Parâmio, à qual pertence Fontes Transbaceiro, reitera a necessidade destas obras. Afirma que está a tentar pressionar o Município de Bragança para que possa apoiar a requalificação do muro e da igreja. “A junta de freguesia tem, em conjunto com o senhor padre e a comissão fabriqueira tentado junto da Câmara que se resolva situação. Temos apelado à necessidade urgente da resolução do problema uma vez que pode mesmo ruir a própria igreja. Sabemos que, nesta altura, o dinheiro não é muito, mas é um património histórico que é de todo o interesse preservar”, salienta o autarca. 
Confrontado com esta situação, o presidente do Município de Bragança, Hernâni Dias garante que fará todos os possíveis para solucionar o problema e apoiar também as obras de restauro do interior da igreja. “Neste momento temos os serviços a avaliar a forma de reabilitar o muro e os custos associados a essa reabilitação e, dentro de pouco tempo, tomaremos uma decisão em relação à forma de resolver esse assunto, uma vez que coloca problemas de segurança. 
O Município tem tido uma política muito positiva no que toca à reabilitação do património religioso e não deixaremos, em circunstância alguma, dentro daquilo que são as nossas possibilidades, apoiar essa intervenção”, assegura Hernâni Dias. 
O Município aguarda um parecer técnico que indique as reais necessidades da intervenção e os respectivos valores. 
A comissão fabriqueira já tem uma estimativa do custo das obras. A reconstrução do muro ronda os 25 mil euros e o restauro da igreja ultrapassará os 150 mil euros. 

Escrito por Brigantia

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