O pastor acusado de esfaquear duas mulheres em Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, recusou hoje prestar declarações no início do julgamento em que responde pelos crimes de homicídio consumado e na forma tentada.
O arguido de 39 anos, que incorre na pena máxima de 25 anos de prisão, preferiu ficar em silêncio quando questionado pelo presidente do coletivo de juízes se pretendia falar sobre a acusação de ter agredido, em agosto, com uma navalha duas mulheres, provocando a morte a uma delas.
A vítima que sobreviveu, Maria Celeste, foi a primeira a testemunhar no julgamento que decorre em Bragança.
Contou ao tribunal como começaram as desavenças com o arguido de quem, segundo disse, era vizinha e amiga e a quem emprestou um armazém, alegado motivo dos conflitos que levaram às agressões que estão a ser julgadas.
Os crimes ocorreram há oito meses, na noite de 04 de agosto, numa festa da aldeia de Vilarinho da Castanheira, Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança.
O suspeito esteve desaparecido durante 15 dias e acabou por se entregar voluntariamente às autoridades, a 19 de agosto, permanecendo, desde então, em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Vila Real.
O arguido, de 39 anos, responde pelos crimes de homicídio qualificado na forma consumada e homicídio qualificado na forma tentada. Uma das mulheres com 41 anos morreu e a outra, agora com 58, ficou gravemente ferida.
Segundo a acusação, o arguido começou por se envolver numa discussão verbal com a vítima que acabaria ferida, ainda no recinto da festa.
O arguido terá mesmo arremessado cerveja à cunhada desta mulher, que se encontrava também no local e que viria a morrer.
A acusação descreve que o arguido seguiu a mulher que lhe mandara desocupar o armazém e os familiares até à residência e quando estes chegavam ao portão adiantou-se-lhes, agarrou o braço da mulher com quem iniciou a contenda, puxou-lhe a cabeça para trás e golpeou-a por duas vezes no pescoço.
A cunhada acorreu em socorro da vítima e acabou por ser morta com um golpe da mesma navalha no pescoço.
A acusação refere ainda que o arguido se afastou do local, mas regressou instantes depois empunhando uma espingarda ilegal e apontando-a ao marido da vítima mortal.
Acabou por abandonar o local quando se terá apercebido do estado das vítimas.
Agência Lusa
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