A venda da castanha é um «mundo cão» para os produtores. Os ajuntadores ou intermediários costumam-se reunir nas imediações da Sortegel em que costuma aparecer um ou outro «compadre» ligado à universidade e depois combinam como esmagar os pequenos e médios castanhicultores. Houve quem na universidade ou politécnico se deslumbrasse com o dinheiro gerado da plantação de novos soutos e os movimentos em milhões de euros do mercado da castanha. Começaram a chamar nomes feios à castanha sem perceberem que qualquer grande negócio agrícola poderá ser explicado por qualquer dos bons merceeiros com uma folha de deve e haver. Certo é, que este ano (2015) o preço da castanha em Portugal rebentou como uma castanha na fogueira do magusto.
A Itália terá tido sucesso no combate à doença da «Vespa das galhas do Castanheiro» e aumentou a produção de castanha, tal como a França, que até terá importado do Chile. Para piorar, a Turquia terá vendido uns milhares de toneladas na Europa. O mercado lusitano da castanha tremeu e os preços caíram como castanha madura em dia de vento e chuva. Certo é que a Castanha Martaínha, a melhor de Portugal se chegou a vender a 0,90 €/Kg e a belíssima castanha do vale de Bestança/Cinfães a 0,40 €/Kg.
Há 15 anos que luto para que a castanha portuguesa entre mais no mercado interno (restauração e lares). Contrariamente, alguns «génios» da UTAD ou perfilados em associações próximas dos fundos de Bruxelas apostam nas vendas de castanheiros por viveiristas próximos. Sobre a praga da «Vespa das Galhas do Castanheiro» parece que estiveram à espera que chegasse a Portugal para arranjarem Programas financiados para alguns empacotarem euros. Se a doença era conhecida, pelo menos desde 2002 em Itália, avisado seria haver medidas de prevenção para dificultar a entrada da praga em Portugal.
Voltando à estratégia de valorização da castanha em Portugal, desde finais da década de noventa que pedia mais consumo interno. Por isso, abracei a causa da divulgação de receitas com castanhas, a fim de entrarem nos lares e restauração, publicando o livro «A Castanha - Saberes e Sabores», em 2001. O livro foi adoptado na Escola Superior de Hotelaria de Cascais e outras como de consulta obrigatória. Seguiu-se «Castanea uma dádiva dos deuses», em 2006 e «Memórias da Maria Castanha», em 2013. E preparo o 4.º livro e último sobre o tema, a sair dentro de alguns meses.
Pelo meio criaram-se três Confrarias da Castanha: Confraria da Castanha (Carrazedo de Montenegro/Padrela – Valpaços e desactivada), Confraria dos Soutos da Lapa e Confraria Ibérica da Castanha (Bragança). Sugeri e ajudei a promover alguns concursos gastronómicos para difundir e criar receitas com castanhas na restauração e nos lares. Hoje, entendo que é urgente aumentar o consumo interno de 10% da produção da nossa castanha para 30%. Um doutoramento no Politécnico de Viseu sobre o valor alimentar da castanha esteve no bom caminho e na UTAD, o livro «Castanha um fruto saudável» (que prefaciei) ajudaram à divulgação e valorização da castanha.
Jorge Lage
in:atelier.arteazul.net
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