A indumentária é garantida pela Câmara Municipal mandou confecionar mil fatos de flanela vermelha para o cortejo que sairá a 13 de fevereiro no ritual e que fecha as festas de Inverno no Nordeste Transmontano.
Trata-se de um ritual associado à purificação e à mudança para a estação clara, como explicou hoje o vereador da Cultura da Câmara de Vinhais, Roberto Afonso, que está a conquistar curiosos para participar e assistir.
Por um euro é possível vestir a pele do diabo, alugando um fato até o stock esgotar e participar nesta encenação "única" na região, segundo os responsáveis, associada à quarta-feira de cinzas.
Nesse dia, era tradição saírem à rua a morte e o diabo que vão continuar a marcar presença na data numa festa que foi prolongada até ao sábado seguinte com os Mil Diabos à Solta.
O desfile começa depois da missa de imposição e cinzas e, ao longo do trajeto, serão recriados alguns quadros cénicos com a participação de cerca de 50 atores profissionais, que "ajudarão a quem esteja a ver e não conheça a tradição, a perceber o que é isto, porque é que naquele dia a morte anda na rua acompanhada de um exército de diabos e porque é que dão cinturadas às pessoas".
Reza a tradição que as cinturadas servem para purificar neste ritual que será seguido de uma ceia dos diabos, acompanhado pelos gaiteiros de Vinhais e terminará com um concerto do grupo de música tradicional mirandesa Galandum Galundaina.
A acompanhar os mil diabos à solta estará uma representação gigante da morte construída pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Vinhais, que, como disse o diretor, Ruy Correia, estão sempre disponíveis para ser parceiros na promoção das tradições locais.
Do espetáculo, que inclui também fogo-de-artifício, faz parte também o ritual de destapar a cara da morte com uma garantia dos defensores desta tradição: "quem para o rosto da morte olhar, por mais um ano há de passar".
HFI // MSP
Lusa/fim
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