Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O Escano

O Scano



Dormem os camponeses no teu regaço,

Ó scano de uma vida imorredoira.
Toca-se do teu canto a dobadoira,
Vai navegando tudo no teu espaço.


Saltam para ti felinos na noite fria

Tombam na cinza tamancos que o lume cresta.
Serves de abrigo aos torgos de urzes e giesta
E és berço de menino durante o dia.


Cai sobre ti uma tábua á refeição

Nela se poisam malgas de barro grosso,
De mãos erguidas rezam o pai-nosso,
Antes do caldo servir partem o pão…


E pela noite dentro, juntos na vida,

Rezam a oração  na despedida,
Uns elevam a vós ao sono resistindo,
Outros: - amém! - respondem, já dormindo.


Há sempre uma brasa viva na lareira,

Ficas tu e ela.
- Adeus meu scano lindo!


Abadim, 1959, de Abílio Bastos.



Os velhos escanos das nossas antigas lareiras são dos que mais histórias nos podiam contar e de terços rezados. O pai do Abílio, como não tinha «rosairo» para a reza servia-se do martelo para cada um dos mistérios e ao fim de cada dezena virava a face do mesmo.



Jorge Lage

in:atelier.arteazul.net

Sem comentários:

Enviar um comentário